Observe como a coisa acontece em nossa terra. O
prefeito de Ipirá, Ademildo Almeida, recebeu um telefonema do deputado federal
C. M. do PMDB de Feira de Santana, que lhe disse: “Prefeito! V. Exa. quer um Pronatec para
Ipirá? Basta a prefeitura conseguir o terreno.” Telefonema claro, explícito e
transparente como gosta o prefeito.
Pronatec é o Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego, foi criado pelo Governo Federal, em 2011, com o objetivo de
ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica. Bastava o
terreno. Onde seria? Onde estaria esse terreno? Em alguma Praça? Esse prefeito
já gosta de acabar uma praça! Parece que terreno é coisa do outro mundo em
Ipirá. O prefeito deve ter pensado um bocado, tanto que chegou a ferver os
neurônios. Imagine onde ele foi procurar esse terreno?
Indagou se a Paquetá poderia doar o terreno que fica
na área da fábrica. Essa atitude chama atenção para dois fatos, sem dúvida,
vergonhosos: primeiro, a doação. Será que a Prefeitura de Ipirá não tem
recursos para comprar um terreno? Tem que pedir! O segundo, o local. No terreno
da fábrica Paquetá! Ele nem pensou em mais nada.
O terreno da fábrica pertence ao Estado. O prefeito
correu para cima do Estado. Imagine, onde isso vai parar! Mas, vamos a questão
do local. O tamanho do terreno solicitado representa metade da área da fábrica.
Significaria a estagnação completa da fábrica a nível de crescimento, não teria
mais para onde fluir e, consequentemente, crescer, ficaria reclusa e
circunscrita a área utilizada atualmente. Observe bem, recentemente, a fábrica
solicitou um galpão para mais 400 empregos, não conseguiu e teve que ir para
Riachão. Ipirá perdeu essa oportunidade de emprego com carteira.
Observe o mais grave: na medida em que a produção da
fábrica em Ipirá não pode mais crescer à altura do potencial econômico do país,
naturalmente, esta fábrica ficará inviabilizada aqui, por não ter nem uma
simples área para ampliação; assim acontecendo, prevalecerá a lógica, a fábrica
irá montar sua maquinaria onde houver potencialidade para concentrar uma massa
operária de três ou quatro mil pessoas. Esse é um raciocínio simples e que as
pessoas não podem se furtar em compreendê-lo.
Se você subtrair terreno da fábrica, você reduz, limita
e impede qualquer outra possibilidade de ampliação da linha de produção na
fábrica, de crescimento da produção e obstrui a oferta de emprego. Ipirá, hoje,
depende mais dessa fábrica do que de qualquer outra empresa. Não se pode tirar
a perspectiva de crescimento da fábrica, impondo limite, criando obstáculo,
porque isso atrofia a geração de emprego no município de Ipirá.
A área da fábrica não significa um espaço vazio;
representa muito mais do que isso, sem dúvida alguma é um espaço vital, de
perspectiva e estrutural que não pode ser descartado por um gesto temerário e
impensado. O espaço da fábrica é aquele e único, ao contrário, dos espaços de
Ipirá, não é só aquele e são inúmeros. Se você provoca a redução de uma área
industrial sem necessidade alguma e sem nenhuma justificativa plausível, você
está cometendo uma burrice sem precedentes e improcedente.
Ipirá
não suporta esse tipo de gestão “tiro no escuro”, é necessário que se tenha uma
visão estratégica, com metas estabelecidas, com planejamento e projeto bem
fundamentado. Ipirá não é nenhuma roça para ser levado a toque de caixa. Ipirá
não é uma vítima para sofrer ações completamente equivocadas e perdidas.
Uma
escola junto de uma fábrica. O local é indevido, impróprio e inadequado para
uma escola. Seria uma estupidez. Não se pode trocar os pés pelas mãos. Ipirá é
um município complicado e complexo. A gestão que toca Ipirá não pode ficar
limitada às questiúnculas da politicagem do jacu e do macaco, porque o risco
que corre o pau, pode não ser o mesmo risco que corre o machado. Quem está na
prefeitura está no filé, mas os operários de Ipirá não podem perder o emprego.
Abra a cabeça, prefeito! Que você verá um bocado de terreno disponível. Que
venha o Pronatec.
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