sábado, 16 de abril de 2016

GOLPE DA DESGRAÇA!

Seja sincero: você sairia de sua residência, neste domingo, 17 de abril de 2016, caso fosse eleições, para dar um voto a Michel Temer para presidente e a Eduardo Cunha para vice?

Responda com sinceridade: quem foi às ruas nas manifestações do ‘Fora Dilma’ queria deixar a presidência com Temer e a vice com Cunha?

Essas duas perguntinhas simples servem para desanuviar uma compreensão correta deste grave momento político. Os manifestantes foram às ruas contra a corrupção, que tenha ela sido praticada pelo cão, pelo diabo ou qualquer outro semelhante humano. Exigir a saída de Dilma para deixar Temer em seu lugar, com Cunha na boca de espera, seria o mesmo que colocar hienas tomando conta de cordeiros. Neste jogo não tem besta.

O que está acontecendo? O movimento das ruas tinha corpo robusto, mas não possuía cabeça com objetivo atuante no Congresso Nacional. O espaço do desenrolar dos acontecimentos vai ser o institucional. É na Câmara dos Deputados que a farsa foi montada. É nesse monstrengo conservador, onde a idiossincrasia malévola de Eduardo Cunha encontra guarida e empunha a bandeira do golpismo. A elite política ganhava um coordenador para o golpe.

Eduardo Cunha, um pombo-sujo da Operação Lava Jato, que adquiriu o título de sheik da Arábia e medalhão de marajá da Suíça é o comandante supremo de um processo de impedimento de uma presidenta. Agiu de forma sub-reptícia nas sombras de suas paixões mais primitivas e por vingança o chantagista colocou em pauta o que poderia ter engavetado se tivesse havido correspondência em seus achaques. O impeachment entrou na Ordem do Dia. Os ratos, lacraias, raposas, traíras, vermes e abutres do poder saíram da moita, da toca e do porão da política. 

Essa era a oportunidade que os abutres do poder precisavam e espreitavam. O golpe faz parte da cartilha do vale-tudo pelo poder peemedebista que não tem nenhuma chance de chegar à presidência pelo voto. A vontade dos manifestantes de rua ficou apenas no bota-fora, o poder está no alvo e sendo usurpado pelo PMDB de Temer, que saiu do armário e mostrou as garras do oportunismo ao sentir o cheiro do poder, com um projeto que não sepulta a corrupção, mas que tem em algum acórdão para esfriamento como uma fonte do desejo maior que uma reivindicação. Assacaram o golpe.  

Eduardo Cunha faz manobras regimentais para a conspiração de lacaios. Isso não é uma brincadeira sem conseqüências danosas para as camadas trabalhadoras e populares. Não pensem que não acontecerá mudança com a imposição de um projeto conservador e neoliberal. Não duvidem que ocorra a limitação por lei da Policia Federal e do Ministério Público e uma Lava Jato emperrada em benefícios dos milhares de políticos denunciados.


A votação da admissibilidade será neste domingo, com o Senado ficará o julgamento. Não existe fundamento jurídico para o impedimento. As causas apresentadas são as pedaladas fiscais que outros presidentes também praticaram. Contra Dilma não há objeto jurídico. Ganhar no tapetão é tirar o respaldo constitucional de 54 milhões de votos. A Lava jato não pode parar de combater a corrupção nesse País. Veremos até onde ela vai.

Nenhum comentário: