É DE ROSCA. (38)
Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba
nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a do prefeito Marcelão.
Capítulo 38 (mês de julho 2017)(atraso de 5
meses) (um por mês)
Quando o Matadouro de Ipirá, abraçado ao
prefeito Marcelão, chegou bem próximo da pessoa que vinha em direção oposta,
foi dizendo:
- Bom dia seu Tineco, como tem passado esses
dias?
- Tenho passado bem! Eu vou ter medo de quê?
Agora, eu tenho a dizer o seguinte: meu nome é seu Tineck, se não for prá botá
meu nome certo nessa novelinha, pode tirar meu nome daí.
- Calma, seu Tineck! Que homem valente é
esse! O senhor, seu Tineck e o prefeito Marcelão são duas pessoas do bem, eu
não sei porque essa confusão entre os senhores. Deixe-me fazer uma pergunta:
por que o senhor, seu Tineck, tem tanta raiva do prefeito Marcelão?
- Raiva? Quem lhe disse isso? Eu sou é
cidadão, quando eu falo do prefeito, eu estou falando da sua administração,
naquilo que ela é prejudicial à população, não tem nada de raiva. Agora, eu
fico pensando o seguinte, esse prefeito Marcelão era locutor da rádio, sentava
a ripa em todo mundo, em Deus e no Diabo, falava até dos ladrões das ovelhas de
Cristo; ele não tinha raiva de ninguém; ele amava Ipirá, ele só queria o bem de
Ipirá; agora tocou no governo dele, aí é cheio de raiva. Essa pergunta é
garapa, pode me fazer outra garapa porque essa ta cheia de açúcar.
O prefeito Marcelão estava com a cara
indignada e inchada, parecia a cara de uma coruja. O matadouro ficou meio
assustado, porque começou a pensar que aquilo ali não ia terminar bem, mas
tomou fôlego e fez uma nova pergunta:
-Seu Tineco, perdão, seu Tineck, porque o
senhor chama o prefeito Marcelão, de Marcelão Vieira Lima e Geddel, de Geddel
Brandão, o senhor tem algum problema de amnésia para trocar nomes?
- Olha aqui, seu matadouro! Eu não tenho
nenhum problema de esquecimento, os dois são do mesmo grupo, da mesma linha de
pensamento, são farinha do mesmo saco, são batata da mesma plantação, e lá isso
é problema deles, eu não tenho nada com isso, o que eu tenho é um vídeo de
Geddel dizendo que Marcelão é seu candidato em Ipirá e que pedia voto para ele,
daí minha conclusão, os dois estão no mesmo palanque.
O prefeito Marcelão empapou, estava vermelho
e enfezado. O matadouro pensou que aquilo ali ia ser decidido com uma marretada
ou uma facada e, preocupado, foi dizendo:
- Ô seu Tineco, perdão, seu Tineck! Eu gosto
muito do senhor, mas eu tenho que lhe fazer uma perguntinha bem leve, o que o
senhor quer dizer com, o prefeito Marcelão deu dinheiro as três letrinhas do
alfabeto, a A, a C e a M?
- Oxente, seu matadouro! O senhor mora em
Ipirá faz 25 anos e não sabe das coisas ou faz de conta que não sabe: de quem é
a televisão? Qual é a televisão que bota propaganda do ‘ta bom de viver aqui’?
É de graça ou é paga? Quem paga? A propaganda é verdadeira ou é falsa?
O prefeito Marcelão fechou a cara, arregaçou
a manga da camisa social; o matadouro deu um pinote e ficou no meio, entre os
dois, pedindo calma e tentando persuadi-los foi dizendo:
- Calma, prefeito Marcelão! Calma, seu
Tineck! Nada de guerra!
O prefeito Marcelão já estava azuado e no
limite, prá dá uma marretada em um, não ia pensar duas vezes e não levaria um
segundo, foi dizendo:
- Agora quem vai fazer a pergunta sou eu. Seu
moço sabe onde é a rua Eloi Marques?
- Eu tanto sei que moro lá, teve um prefeito
que calçou a parte de cá, o prefeito J (Jotinha) fez a parte de lá, o prefeito
Bal fez a ponte e sua administração fez a sua primeira obra, o calçamento na
frente da rádio que o senhor era locutor e, todos esses prefeitos saltaram um
trecho de 10 metros na rua, justamente, onde eu moro, e na minha porta tem um
poste que vai fazer um ano sem lâmpada – disse seu Tineck.
- Calma aí, o cidadão está querendo que eu
faça milagre, mas deixe eu anotar essa reivindicação de uma lâmpada no poste e
um pedaço de calçamento na rua desse cidadão, porque essa obra vai ser feita
nesses quarenta dias.
Seu Tineck ficou pensando: “Eta, prefeito
falastrão!” O matadouro ficou animado com aquela situação, que parecia tomar outro
rumo e ele no meio daqueles dois cidadãos ipiraenses; de dois torcedores do
Vitória; imaginava o matadouro: “convidá-los para o jogo Flamengo X Vitória, no
Barradão, neste domingo, os dois juntos, abraçados, rezando e orando pelo não
rebaixamento do leão, se isso acontecesse, seria um reforço extraordinário para
o Vitória”, mas nada era fácil, ali estavam dois cabras valentes, um carregando
uma marreta, o outro poderia ter uma peixeira na cintura e, tratando-se de duas
pessoas que não tinham medo de cara feia, de lobisomem e nem de calango, uma
tragédia poderia acontecer. O matadouro ficou alegre quando percebeu que outra
pessoa aproximava-se, aí ele pensou: “eu seguro um e aquele lá segura o outro”.
Quem é aquele que vem lá? O matadouro apurou as vistas:
- É Rodrigo.
- É Rodrigo de Albertino? – perguntou
pensando o prefeito Marcelão ‘se for ele vai ficar 2 a 1, é justamente o que o
Vitória precisa’.
- Não, é Rodrigo da Ponte Preta, o zagueiro
do time de Campinas – disse o matadouro.
- Eu tenho que ir aqui perto resolver o problema
de uma aposentadoria – disse seu Tineck entrando apressado na caatinga.
- Eu tenho que ir inaugurar um açude ali no
Salgado e não posso chegar atrasado – disse o prefeito Marcelão, dando um
pinote e sumindo na caatinga do outro lado.
É essa a situação: na hora da desgraça
acontecer, só sobra para o Matadouro de Ipirá, não tem um vivente nessa terra
que queira tomar o seu lugar.
Suspense: Veja que situação: A novelinha tá
de correria, quer chegar à janeiro 18 sem nenhum capítulo em atraso. Um matadouro
querendo ser obra e um prefeito querendo não ter problema! Onde vai parar uma
desgraça dessa? O que é que eu tenho a
ver com o desentendimento do prefeito Marcelão com o matadouro? A novelinha
chegou a julho de 2017 agora e o prefeito Marcelão já está completando 2017, e
até agora nada.
O término dessa novelinha acontecerá no dia
que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou,
imediatamente! Agora, o artista é o prefeito Marcelão, que foi grande
divulgador da novelinha É de ROSCA pela FM.
Observação: essa novelinha é apenas uma
brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo
assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o
povo brinca com eles
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