sábado, 7 de julho de 2018

É DE ROSCA (43)


É DE ROSCA. (43)
Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a do prefeito Marcelão.
Capítulo 43 (mês de dezembro 2017)(atraso de 7 meses) (um por mês)

Brasil eliminado da Copa. Na Zona Mista duas entrevistas chamaram atenção da NOVELINHA, pela emoção e impacto que causaram, uma delas foi a do prefeito Marcelão, que estamos reproduzindo nos seus aspectos mais importantes:

“Estou muito triste, uma tristeza muito profunda, que sangra e dói no meu íntimo. Estou muito sentido, neste momento, com a desclassificação do Brasil nesta derrota para a Bélgica. Era do meu propósito fazer a maior festa no território brasileiro pela vitória sobre os belgas; seriam abatidos oitocentos bois para churrasco, suspendam esse abate, não deu... Se o Brasil levantasse o hexa seriam abatidos dois mil bois, com duas mil churrasqueiras, em toda a cidade, tudo de graça, não deu... Minha administração ia inaugurar o Matadouro de Ipirá nesta copa; são 26 anos sem serventia, foram seis mandatos e sete prefeitos que não tiveram a coragem e a sensatez de inaugurar esse matadouro, (respirou fundo) meu mandato é diferente e ia inaugurar esse Matadouro de Ipirá, justamente, no dia que o Brasil conquistasse o hexa, não deu... O povo de minha terra sabe do meu esforço para inaugurar esse matadouro de Ipirá, mas a seleção da Bélgica não deixou...”

A outra grande entrevista foi a do Matadouro de Ipirá, que soltou a língua:
“Eu não vou dizer que estou alegre, mas que estou bastante aliviado, lá isto eu estou, só de imaginar: como é que seriam abatidos mais de duas mil cabeças de boi em Ipirá? Estamos livres desse sacrifício e dessa matança, que o prefeito Marcelão queria fazer... Eu fiquei admirado quando terminou o jogo da eliminação do Brasil, que o pessoal da Globo ficou na maior saia-justa procurando uma desculpa e buscando explicar e justificar a saída do Brasil... Simplesmente, Galvão, Casagrande e Ronaldo Fenômeno estavam perdidos, não sabiam o que dizer, ou ao menos, por onde começar; ficou uma coisa insossa, enjoativa, sem pé e sem cabeça, sem lógica, sem franqueza e sem convencimento; muita pantomima prescindindo da veracidade da palavra. Diziam que o futebol é um esporte, se não resolve, também não prejudica; entra uma repórter global e afirma que o futebol é cruel...”     

E o Matadouro de Ipirá continuou: “90% da imprensa brasileira vive navegando em sofismas na questão do futebol, em época de copa... “o melhor futebol do mundo” “a amarelinha...” “o maior jogador do mundo” etc e tal. Sutilmente vão construindo essa nuvem de argumentação aparentemente válida, que na realidade não explica e não conclui coisa alguma. Quando tomam a porrada, ficam procurando uma resposta para amparar o argumento criado lá atrás, não encontrando, fica clara a má-fé de quem apresentou aquilo que queria que fosse verdadeiro. Prefiro o argumento simples e popular de Mané Garrincha, em 1962, quando viu aquela seleção toda de branco e indagou: “O que foi que o São Cristóvão (time carioca) veio fazer nesse torneio?” Era a Inglaterra, Garrincha chamou para bailar e os ingleses foram na dança. Havia futebol para isso. No futebol tem muito interesse e manipulação.”

E o Matadouro de Ipirá completou: “No mapa do futebol do planeta Terra não tem novidades. A Ásia, Oceania e Oriente Médio é uma série D; A África nunca disse o que foi fazer numa copa, série C; América do Norte e Central é uma série D; A América do Sul uma série B, com exceção para Uruguai (mais de 70 anos sem conquistar a copa), Argentina (mais de 30 anos sem a taça) e Brasil (em 1922, serão 20 anos sem a taça). Quem tem a hegemonia do futebol mundial? A Europa (são 16 anos com a taça).”

E o Matadouro de Ipirá encerrou: “Até hoje, ninguém conseguiu três copas seguidas, no máximo duas. A tendência é aparecer, sempre, em algum momento, um país europeu diferente pegando a taça, até que o Brasil consiga uma equipe com capacidade real e não fictícia e fabricada para ser campeão. O Brasil será hexa? Será. Poderá ser dentro de um espaço de 20 ou 30, ou 40 anos. A seleção brasileira jogou um grande segundo tempo; é tão boa quanto a Bélgica, Alemanha, Espanha, Inglaterra, ou França. Ser o melhor futebol do mundo não é uma necessidade vital desse País; ter o maior jogador de bola do mundo não tem um significado imprescindível para essa nação. É duro ficar nesse discurso batido de que o Brasil é a maior seleção do mundo e que todos tremem aos seus pés; essa batida tem o grande interesse e a vontade de quem manipula, controla e tem lucro com o futebol.”    

Suspense: Veja que situação: A novelinha tá de correria, quer chegar à janeiro 19 sem nenhum capítulo em atraso. Um matadouro querendo ser obra e um prefeito querendo não ter problema! Onde vai parar uma desgraça dessa? O que é que eu tenho a ver com o desentendimento do prefeito Marcelão com o matadouro? A novelinha chegou ao mês dezembro de 2017 agora e o prefeito Marcelão já não pode fazer Festa para a COPA 2018, e até agora nada.

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente! Agora, o artista é o prefeito Marcelão, que foi grande divulgador da novelinha É de ROSCA pela FM.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles

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