É DE ROSCA. (43)
Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba
nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a do prefeito Marcelão.
Capítulo 43 (mês de dezembro 2017)(atraso de
7 meses) (um por mês)
Brasil eliminado da Copa. Na Zona Mista duas
entrevistas chamaram atenção da NOVELINHA, pela emoção e impacto que causaram,
uma delas foi a do prefeito Marcelão, que estamos reproduzindo nos seus
aspectos mais importantes:
“Estou muito triste, uma tristeza muito
profunda, que sangra e dói no meu íntimo. Estou muito sentido, neste momento,
com a desclassificação do Brasil nesta derrota para a Bélgica. Era do meu
propósito fazer a maior festa no território brasileiro pela vitória sobre os
belgas; seriam abatidos oitocentos bois para churrasco, suspendam esse abate,
não deu... Se o Brasil levantasse o hexa seriam abatidos dois mil bois, com
duas mil churrasqueiras, em toda a cidade, tudo de graça, não deu... Minha
administração ia inaugurar o Matadouro de Ipirá nesta copa; são 26 anos sem
serventia, foram seis mandatos e sete prefeitos que não tiveram a coragem e a
sensatez de inaugurar esse matadouro, (respirou fundo) meu mandato é diferente
e ia inaugurar esse Matadouro de Ipirá, justamente, no dia que o Brasil
conquistasse o hexa, não deu... O povo de minha terra sabe do meu esforço para
inaugurar esse matadouro de Ipirá, mas a seleção da Bélgica não deixou...”
A outra grande entrevista foi a do Matadouro
de Ipirá, que soltou a língua:
“Eu não vou dizer que estou alegre, mas que
estou bastante aliviado, lá isto eu estou, só de imaginar: como é que seriam
abatidos mais de duas mil cabeças de boi em Ipirá? Estamos livres desse sacrifício
e dessa matança, que o prefeito Marcelão queria fazer... Eu fiquei admirado
quando terminou o jogo da eliminação do Brasil, que o pessoal da Globo ficou na
maior saia-justa procurando uma desculpa e buscando explicar e justificar a saída
do Brasil... Simplesmente, Galvão, Casagrande e Ronaldo Fenômeno estavam
perdidos, não sabiam o que dizer, ou ao menos, por onde começar; ficou uma coisa
insossa, enjoativa, sem pé e sem cabeça, sem lógica, sem franqueza e sem
convencimento; muita pantomima prescindindo da veracidade da palavra. Diziam que
o futebol é um esporte, se não resolve, também não prejudica; entra uma repórter
global e afirma que o futebol é cruel...”
E o Matadouro de Ipirá continuou: “90% da
imprensa brasileira vive navegando em sofismas na questão do futebol, em época
de copa... “o melhor futebol do mundo” “a amarelinha...” “o maior jogador do
mundo” etc e tal. Sutilmente vão construindo essa nuvem de argumentação aparentemente
válida, que na realidade não explica e não conclui coisa alguma. Quando tomam a
porrada, ficam procurando uma resposta para amparar o argumento criado lá atrás,
não encontrando, fica clara a má-fé de quem apresentou aquilo que queria que
fosse verdadeiro. Prefiro o argumento simples e popular de Mané Garrincha, em
1962, quando viu aquela seleção toda de branco e indagou: “O que foi que o São
Cristóvão (time carioca) veio fazer nesse torneio?” Era a Inglaterra, Garrincha
chamou para bailar e os ingleses foram na dança. Havia futebol para isso. No
futebol tem muito interesse e manipulação.”
E o Matadouro de Ipirá completou: “No mapa do
futebol do planeta Terra não tem novidades. A Ásia, Oceania e Oriente Médio é
uma série D; A África nunca disse o que foi fazer numa copa, série C; América
do Norte e Central é uma série D; A América do Sul uma série B, com exceção
para Uruguai (mais de 70 anos sem conquistar a copa), Argentina (mais de 30 anos
sem a taça) e Brasil (em 1922, serão 20 anos sem a taça). Quem tem a hegemonia
do futebol mundial? A Europa (são 16 anos com a taça).”
E o Matadouro de Ipirá encerrou: “Até hoje,
ninguém conseguiu três copas seguidas, no máximo duas. A tendência é aparecer,
sempre, em algum momento, um país europeu diferente pegando a taça, até que o
Brasil consiga uma equipe com capacidade real e não fictícia e fabricada para
ser campeão. O Brasil será hexa? Será. Poderá ser dentro de um espaço de 20 ou
30, ou 40 anos. A seleção brasileira jogou um grande segundo tempo; é tão boa
quanto a Bélgica, Alemanha, Espanha, Inglaterra, ou França. Ser o melhor
futebol do mundo não é uma necessidade vital desse País; ter o maior jogador de
bola do mundo não tem um significado imprescindível para essa nação. É duro
ficar nesse discurso batido de que o Brasil é a maior seleção do mundo e que
todos tremem aos seus pés; essa batida tem o grande interesse e a vontade de
quem manipula, controla e tem lucro com o futebol.”
Suspense: Veja que situação: A novelinha tá
de correria, quer chegar à janeiro 19 sem nenhum capítulo em atraso. Um
matadouro querendo ser obra e um prefeito querendo não ter problema! Onde vai
parar uma desgraça dessa? O que é que eu tenho a ver com o desentendimento do
prefeito Marcelão com o matadouro? A novelinha chegou ao mês dezembro de 2017
agora e o prefeito Marcelão já não pode fazer Festa para a COPA 2018, e até
agora nada.
O término dessa novelinha acontecerá no dia
que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou,
imediatamente! Agora, o artista é o prefeito Marcelão, que foi grande
divulgador da novelinha É de ROSCA pela FM.
Observação: essa novelinha é apenas uma
brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo
assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o
povo brinca com eles
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