O
governador Rui Costa está de boa, tem uma reeleição na mão, praticamente
garantida. O Zé da Feira, o Ronaldo, tornou-se o maior boi de piranha que já
foi lançado na política baiana, mas nem todo mal se constitui num grande mal,
pelo menos vai ficar conhecido. Nenhum dos dois merece muito apreço do eleitor
ipiraense; um fez muito pouco por Ipirá, o outro nada fez.
No
tabuleiro político baiano, o governador Rui Costa é o homem do trono, o rei de
copas. É o dono da bola, do time, do juiz e do VAR. Manda em tudo; o homem é o
técnico. Cortou Lídice e convocou Coronel. Votar em Coronel! Por que e para
quê? Porque faz parte do ‘esquema do governador’. Problema dele.
O carlismo
também tinha ‘ esquema do governador’ para dominar a Bahia e dominou. Em Ipirá,
o carlismo controlava as duas oligarquias (jacu e macaco) e o prefeito que, por
sua vez, controlava os vereadores e cabos-eleitorais, que cercavam e laçavam a
população. Era assim que o curral eleitoral funcionava; enquanto posto auferia
dividendos satisfatórios na votação e nos lucros.
O domínio
petista na Bahia optou e trouxe novidades no ‘esquema do governador’. Em Ipirá,
abraçou a oligarquia macaca (estava na prefeitura na época) e despachou a
jacuzada dando-lhe um canto de carroceria; bastava uma banda oligárquica para
controlar. Deu certo. O petismo fez a cama e deitou na toca do macaco
garantindo uma votação expressiva e esqueceu Ipirá.
O
governador Rui Costa é o arquiteto engenhoso desse castelo de areia eleitoral.
Montou uma geléia política. Derrete-se
todo pras banda de Jurandy Oliveira, Oto, Leão e Coronel, uma espécie de
carlismo que está sendo recauchutado. Quando esse sorvete derreter veremos quem
ficará no controle da situação, também, pouco importa, o que vale é que o ‘esquema
do governador’ necessita de imunidade parlamentar e foro privilegiado.
Nesse
balaio de gato, quem está mordendo o rabo da cachorra doente é o prefeito
Marcelo Brandão, ‘representante maior’ da oligarquia jacu. O prefeito fica no
calo do governador, parecendo filhote de saqué correndo atrás da ninhada de
pinto de galinha na correria. O governo municipal não recebe nada do Estado. É
carta fora do baralho.
Desprezado
nas instâncias superiores, o prefeito Marcelo Brandão insiste em fazer obras
com recursos próprios. Oh, coitado! Ta com o couro espichado na obra do Puxa e
da avenida RGS. Ta apertado e com a navalha no pescoço. Seu governo ta sangrando.
Até que o
prefeito MB entrou bem intencionado, queria ferver o chão da praça com grandes
eventos festivos. Como se não bastasse a crise do país, a festa se foi, mas a
realidade de Ipirá é por demais implacável e a ordem de serviço ficou no colo
do administrador MB.
Segura que o
abacaxi é teu prefeito: o Mercado de Arte em ruínas; a residência dos
estudantes em Salvador nos escombros; as estradas vicinais que foram
consertadas precisando de novo conserto; a seca se aproximando e exigindo
carros-pipa e outras demandas.
Não quero
tirar o sossego do prefeito MB, mas eu tenho que dizer: a população de Ipirá
está no desespero, com dois bancos fechados pela bandidagem e assaltantes com revólver
na mão roubando lojas em pleno dia; o trânsito da cidade está uma bagunça; as
pessoas não podem andar na praça, porque o jardim está infestado de bicicleteiro
de uma roda que não respeitam nada, nem ninguém. O prefeito MB pode dizer: “E o
que é que eu tenho com isso?”
Posso até
reconhecer que V.Exa., não tem nada a ver com isso. Posso até reconhecer que
V.Exa., está de boa, sentado numa cadeira acolchoada e vigiando um cofre abarrotado
de dinheiro. Posso até pensar, que V. Exa., não é refém de seu próprio grupo
político, a jacuzada, e que nada usufrui do esquema da politicagem do jacu e
macaco neste município; mas, eu tenho que dizer essas coisas para que o cidadão
deste município não perca o orgulho de viver em Ipirá.
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