quarta-feira, 29 de outubro de 2014

UM RECADO VIA SEDEX PARA ...!



O candidatíssimo Marcelo Brandão pode até ter pensado que esse recado não foi dado por mim (a urna) porque eu coloquei 19 a 9 para Dilma. Pode até ter pensado! Mas a macacada não deve carregar nenhuma dúvida porque o resultado em Ipirá foi: Dilma 20.549 contra 9.878 de Aécio. 11.426 eleitores não deram nem ousadia de comparecer. 404 enfiaram o dedo no branco. 1.350 erraram, anularam, não acertaram, não validaram o voto. Eu (a urna), em Ipirá, fui desse jeito, agora meu recado é para a macacada.

Quero dirigir esse recado ao candidatíssimo... Como é o nome dele? É ...

Prezado candidato... da macacada.

Jurandy Oliveira, não! Esse é o coringa do time, começou jogando com a camisa 1, hoje está com a 9, fica fazendo lançamento, nunca fez um gol para Ipirá e ainda quer jogar com a 10 e a 11. Quer jogar em todas as posições. Posição de prefeito, não! Vamos fazer de conta que agora é jogo de buraco e o coringa é carta fora do baralho.

Ana Verena, não! Aquela renúncia, que até hoje não foi explicada e esclarecida, foi um enterro político melancólico. Qualquer que tenha sido a motivação: doença temporária (injustificável), amarelou (deplorável), negociata (imperdoável). Já foi!

O líder Antônio Colonnezi, não! Um líder que carece de base ideológica, sem capacidade de articulação, sem uma formação política consistente, um vacilão que teve uma projeção de líder de grupo no reino da necessidade alçado pelo clientelismo da consulta grátis e do esquema político mercantilista utilizado pelo favorecimento paternalista.

Um líder de triste memória e história abominável. Foi um gestor público encravado no âmbito da mediocridade nas questões do município e da irresponsabilidade. Sem argúcia política, não tem noção do campo político que está enfiado e toma decisões totalmente escabrosas e incompatíveis nesta conjuntura de aliança com o PT. Fez exigências para subir no palanque de Rui; deixou de apoiar o federal do prefeito; apoiou Aécio numa batalha de vida ou morte para o petismo no Brasil. Crucificou-se. Deixa sair pela língua-solta que o PT é a desgraça do Brasil. Desgraçou-se.

O grande líder Antônio já deve ter percebido que não sai barato ser líder nestas condições: tem que gastar muito dinheiro; tem muito aborrecimento e desgaste; tem que trabalhar de graça e ser cativo a um sistema sórdido e cheio de vícios. Vivendo na ‘zona de conforto’ deve refletir sobre o que encanta e é prazeroso distante do ‘poder de província’. O grande líder nasceu, cresceu e está vivendo sua derrocada de liderança por ser um emérito vacilão. Está sofrendo um processo desconstrução e decomposição de sua liderança no miolo do próprio grupo, vai ficar só a casca.

O que está acontecendo com o grupo macaco? A macacada vive um momento especial em dois sentidos: está numa boa, pois lambuza-se no poder municipal e ao mesmo tempo, internamente, passa por um arranca-rabo silencioso e secreto, que é a briga de foice nos bastidores para ver quem fica no comando do grupo. Isso ocorre em qualquer agrupamento.

A situação vivida é contraditória e saliente, pois trata-se do poder de decisão dentro do grupo, os macacos de raiz estão tendo seus poderes esvaziados e encurtados. O papel do líder está sendo solapado pela dupla de estranhos que assaltou o ninho dos macacos. O candidato para 2016 passará pelo aval e crivo da confiabilidade do petismo estadual.

As antigas lideranças macacas ficaram à direita no campo político e contraditoriamente se posicionaram contra Dilma no Segundo Turno eleitoral. A falta de tato político levou-os a cometerem um erro político imperdoável. Estão fora de sintonia com a massa do grupo que não quer e não deseja ficar sem a proximidade do poder petista. Nesse equívoco fenomenal, resta para Ademildo e Diomário comer o pão pelo miolo. Antonio Colonnezi está sendo tranformado num cabo-eleitoral de luxo, justamente por falta de uma formação política. Está tomando um nó tático dos dois estranhos no ninho da macacada. Não tenho como dirigir esse recado a um destinatário. 

A macacada está cheia de candidatos para prefeito, dois no máximo (Diomário e Ademildo). Acabou por aí, não tem possibilidade para mais ninguém por razões óbvias. Quem além desses dois tem respaldo junto à cúpula petista da Bahia? Se Diomário filiar-se ao PT estará cravando a candidatura por óbvias razões.

A escolha de uma candidatura a prefeito não se trata mais de uma decisão simples e municipalizada, requer a participação do parceiro do poder mais graduado, o governo do estado, que tem interesse e quer influenciar no desenrolar da questão local. Querem que o próximo candidato seja 13 e Diomário será o titular se vestir essa camisa. Por uma questão de princípio, 13 só passa para 13. É a lógica do PT. Isso tudo que foi escrito só virá à tona igual a furacão doido daqui a certo tempo. Isso tudo é nenhuma, por enquanto. Não tenho para quem mandar o recado personalizado.

Ademildo deu conta do recado eleitoral. Poderá compor com uma vice de relação social mais branda (por exemplo a ex-secretária Nina) formando uma chapa competitiva. Da mesma forma, o petista Diomário compondo com Nina será uma chapa consistente e difícil de ser vencida. Nessa condição ficará chupando o dedão do pé o PT de Ipirá. Esse é um embaraço. Essas coisas para acontecerem passarão por um puxa-estica que vai ser uma delonga. Se a jacuzada ceder a cabeça de chapa a Nina, o jogo pegará fogo.

Assinado: a Urna.

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