Até que enfim Ipirá apareceu no Jornal Nacional da Rede Globo
como notícia boa, devido ao meteoro, um tiro que passou bem longe, mesmo com o
locutor afirmando que passou raspando a trave, caso pudesse haver comparativo
com jogo de futebol.
A última vez que Ipirá apareceu no JN da RG foi quando aconteceu
o assalto aos bancos. De lá para cá nada. O meteoro jogou Ipirá no top da mídia
nacional. Por incrível que pareça, disseram que Ipirá fica no Baixo Sul da
Bahia.
Tiraram Ipirá da boca da seca e colocaram-no na boca da mata.
Gafe? Desconhecimento ou insignificância de Ipirá? Parece que essa banda de cá é
tão insignificante para a banda de lá, que pouco interessa onde está localizado.
Para eles não tem a menor importância, nem tiveram o trabalho de pesquisar.
Para quem mora nesse torrão, isso aqui tem certo significado,
talvez nem tanto, mas para tanto temos que correr atrás de um significado. O
debate tem que ser o caminho do significado.
O debate deste sábado (31) pelo que está posto nas suas regras
amarra o município ao sonho e despreza o pecado de cada qual, na sua capacidade
de gerir um município. Evidente que dá para se prever o jogo com chutes nas
partes baixas: “você acabou com Ipirá nesta sua gestão de quatro anos! ”diria
o candidato macaco, que seria replicado pelo candidato jacu que não deixaria de
graça: “a gestão de doze anos da macacada enterrou Ipirá e eu fui a
salvação deste município!” Esta é a ladainha da politicagem em Ipirá e seria a tônica no
debate se a corda estivesse frouxa.
“O
erro é sempre do outro, do lado de lá; a salvação é do lado de cá, sou eu (jacu ou macaco)!” dizem
até que: “Eu (jacu ou macaco) sou do bem!” numa alusão de que o resto é do mal, uma fórmula bem simples de
simplificar o pecado de cada qual diante de nossa comunidade. A regra do debate
rechaça esse lengalenga.
Tudo será colocado no plano do sonho. Qual será o melhor sonho
para o município de Ipirá? Programa para a gestão é um calhamaço para ser
esquecido no primeiro dia de gestão. Isso não é novidade.
Acredite quem quiser: os candidatos do sistema jacu e macaco vão
pavimentar a entrada de Ipirá no paraíso, enquanto isso, a realidade é dura e
angustiante para a maioria da população.
Um percentual elevado de famílias vive de bolsa família e de
auxílio emergencial. O desemprego é avassalador, sendo que o subemprego e o trabalho
informal apresentam-se como uma válvula de escape. O IDHM do município de Ipirá
é baixo.
O poder administrativo municipal do jacu e macaco possuem uma
dívida muito grande com a população de Ipirá: não conseguiu colocar duas
ambulâncias do SAMU para funcionar; não existe um único leito de UTI no
hospital de Ipirá; o atendimento na saúde pública é usado como moeda de troca
pelos vereadores.
Temos que agradecer a Feira de Santana e Itaberaba pelo ensino
universitário presencial, a nossa universidade lá está. A reforma da Casa do
Estudante de Ipirá parece uma obra do outro mundo.
O matadouro de animais nunca funcionou e a feira de animais
regrediu por falta de apoio. Falta a continuidade administrativa nas ações
tomadas. São mais de cinqüenta obras feitas pelos dois grupos que não servem
para nada, significando dinheiro público jogado fora.
O sistema jacu e macaco, que impera nesta localidade, tem as suas manhas e matreirices, que convém à manutenção e reprodução do próprio sistema para ter vida longa. Temos muito para debater nesta terra, apesar de todos os limites e do enorme desinteresse, até da grande mídia nacional, que está se lixando para isso aqui.
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