sábado, 30 de março de 2013

RADIOGRAFIA 007.

 
 
Acontecimentos legislativos. Argumentos do vereador Weima Fraga: “posso dizer, afirmar, com certeza, com convicção, que não foi um avanço elevado para nosso município a questão das eleições para diretores. Não vejo nenhum legado da APLB a não ser justificar a contribuição sindical”,

Continua argumentando o vereador Weima: “na primeira eleição houve muita desavença, muito desencontro, promoveu discussões grandes e até foi desconfortável para alguma localidade, na medida em que professores que se enfrentaram nas eleições tiveram suas desavenças e ...”  continuando: “vejo que não foi um grande avanço, não há uma questão de ver uma justificativa maior que tenha se implantado em alguma escola para que seja feita novas eleições."

Ainda o vereador Weima: “respeitando a Constituição Federal que mandou que seja cargo indicado pelo Executivo revogamos essa Lei...”, mais ainda, “eu nunca vi diferença; anteriormente não teve problemas com direção de escola como tem hoje depois das eleições, o diretor não pode ser afastado rapidamente sem uma apuração maior, houve algum desgaste, vários problemas também e por isso eu não sou favorável que faça eleições nas escolas.” Assim argumentou o vereador Weima.

Minha opinião é a seguinte: o melhor caminho para a educação de qualidade é o democrático, começando pela escolha dos gestores. Democracia é sinônimo de discussões das idéias, quem for minoria tem que acatar a vontade da maioria. Não tem porque ficar chateado. Ensino de qualidade passa pela participação dos pais, alunos, professores e funcionários na escolha do projeto que vai vigorar na escola. É assim. É uma experiência nova que está sendo desenvolvida dentro de um processo. Quando o ex-prefeito Diomário sancionou a lei para as eleições nas escolas, ele não estava tomando uma medida inconstitucional, não esqueçam que o ex-prefeito é advogado e entende da matéria. Não queiram agora, levantar o axioma: “ Rei posto, rei morto.”

Na década de 1990, em pleno domínio carlista na Bahia, eu fui admitido na Rede Estadual de Ensino, através de concurso público e nesta fase todos os diretores eram indicados pelo cacique político local e o diretor ficava décadas na direção da escola até chegar à aposentadoria. Era um desejo e uma meta para os afilhados, isso significava uma aposentadoria com salário maior. Neste período, o chefe político Delorme Martins teve um problema de saúde e foi internado na capital. Restabelecido, retornou à Ipirá e nesse dia, as aulas foram suspensas para recepcionar o retorno do chefe. Vou frisar: Suspenderam as aulas. Quando eu abri um armário na escola, deparei-me com uma quantidade enorme de cartazes: “Salve, Dr. Delorme, rezamos muito pela sua saúde” e mais coisas do gênero. A diretora era indicada por Dr. Delorme. Já houve caso do chefe político exigir que determinado aluno fosse aprovado. Imagine que situação! Diretoria sem independência, escola submissa.

Quando a turma do carlismo vinha à Ipirá para comícios e inaugurações, seja lá do que fosse, a maioria das diretoras suspendia as aulas para os professores e alunos irem bater palmas. Eram diretoras indicadas, tinham que rezar a missa no cartório. Minha opinião é clara, a nomeação e imposição de diretora para as escolas não representa a melhor maneira de se chegar a uma educação de qualidade, que passa pela discussão ampla, aberta e plena de um projeto dentro da realidade da unidade escolar, sem a vontade de um cacique político.

A ex-prefeita Ana Verena, a “prefeita” que não esquentou o lugar e que se tornou a prefeita de um só ato, o que acabou com a democracia nas escolas municipais em Ipirá. Talvez não tenha lido o projeto, uma vergonha, caso tenha lido, é imperdoável.

Um novo galpão para contratar 600 pessoas. O encontro do representante da fábrica com o secretário da Indústria e Comércio foi a negação do pleito, porque o governo do Estado estava gastando muito com estradas e a sugestão de que estaria à disposição galpões vazios em Itapetinga e outras cidades. A preferida foi Riachão de Jacuípe. Isso demonstra o status de Ipirá dentro da política de desenvolvimento do Estado. Está fora. Não está no esquema. Nem um galpão! Isso é vergonhoso e imperdoável.

Um empresariado que quer tudo de mão-beijada e não quer ter o custo nem com a construção de um galpão. Aí também, paciência! Esse tipo de empresariado que quando acaba a isenção de impostos arruma a trouxa de roupa e cai fora também é vergonhoso. Um tipo de empresariado que fica fazendo chantagem contra a classe operária sempre com ameaça de “cair fora” quando a consciência operária exigir suas melhorias de trabalho é simplesmente uma vergonha. Certo que a taxa de exploração de mais-valia desse empresariado é elevada aqui ou em qualquer cidade nordestina, mas o que eles deveriam levar em consideração é a produtividade do operariado ipiraense, bem como, a qualidade da mão-de-obra local, que significa a fonte principal da criação da riqueza apropriada por eles, e a qualidade dos produtos que são feitos aqui.

A classe operária local exige melhores condições de trabalho. Essa questão do transporte é um ponto crucial, porque a probabilidade de acontecer acidentes na porta da fábrica é grande e a responsabilidade é da fábrica. Isso pode ser resolvido por consórcio ou cooperativas de donos de ônibus. A questão do refeitório dentro da fábrica é outro ponto que não deveria nem estar em demanda, esse é um ponto que além de beneficiar o operário produzirá efeitos positivos na produtividade. Isso pode ser resolvido com a terceirização do refeitório. O vale-transporte e o vale-refeição poderão ser componentes nesta melhoria da qualidade, porque o pau-de-arara carregando operários é vergonhoso. E mais vergonhoso e intolerável é esse discurso da chantagem contra a classe operária com essa ameaça de ir embora quando os operários reivindicam melhorias nas condições de trabalho.

Essa é cabeluda. Essa eu ouvi vinte vezes para ter certeza de que estava ouvindo o que eu realmente ouvi. Denunciado que havia dois garis no Pau Ferro ganhando R$ 290,00 cada um, o vereador Deteval Brandão disse: “Veja a carga horária em que eles foram lotados, que às vezes existe uma prática aqui, em que o funcionário só tem uma vaga para prestação de serviço e a pessoa convida uma outra para trabalhar com ele e divide”

E o vereador Deteval Brandão foi mais longe: “ta em folha? Acontece que no povoado Conceição tem um cidadão o nome dele está em folha, ele bota um rapaz para coletar o lixo e ele dá 200 ou 150 reais a outro cidadão e fica lá em seu comércio de braço cruzado”.

Isso não é em Ipirá! Não acredito! Essa situação é imperdoável, prefeito Ademildo! Com uma situação dessa a prefeitura de Ipirá consegue ser mil vezes mais estúpida do que o empresariado da fábrica.

Radiografia 007.

Colocaram na cabeça do povo ipiraense que: “só quem sabe administrar Ipirá é jacu e macaco”. A população acreditou. Aí as elites aproveitaram e fecharam o cerco. Nos últimos sessenta anos as oligarquias e seus fiéis representantes administraram o município. Virou mito. Fizeram a lambança e deitaram  na cama. A população aceitou.

Olha ele aí: o Mercado de Arte e Artesanato em Ipirá. Começou errado e faltou até planejamento. Do jeito que está posto, o Mercado de Artesanato não passará de um ponto de negócios falido e desconectado, que em seu descompasso está simplesmente fadado ao fracasso, desde quando não passará de um ponto proveitoso apenas para a comercialização de drogas lícitas e ilícitas, estas, realizadas de forma oculta, demonstrando assim, o grande fiasco do jeito de administrar do jacu e do macaco.

Onde está o problema ? Primeiro: está no fato de que Ipirá não ser cidade turística e jacu e macaco não levaram isso em conta. Segundo e grande erro: prefeito em Ipirá, depois que é eleito, não ouve ninguém na comunidade. Todos eles, acham-se auto-suficientes e aí dá nisso aí.

Prefeito Ademildo! Isso é mais uma “herança maldita” deixada por administrações do jacu e do macaco. Esse Mercado de Arte poderá ter uma utilidade bem melhor. Sintonize esse “troço” no sentido do desenvolvimento de Ipirá. Converse e ouça a opinião de seu primo Dr. Almiro Ribeiro, que foi a melhor opinião que ouvi a respeito da utilização desse mercado. Ipirá precisa desenvolver e tem coisa simples que poderá ser feito com recursos locais e não é muita coisa não, basta ter criatividade.

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Ipirá tem que romper com as amarras impostas por administrações do jacu e macaco. Transformar o Mercado de Arte em um mercado de apoio a um pólo têxtil é buscar um caminho real para desenvolver esse município, na medida em que fosse configurado um pólo de roupas prontas para somar com o fabrico de carteiras e impulsionar o desenvolvimento econômico de Ipirá em outro patamar. É isso que Ipirá necessita.

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