sábado, 24 de julho de 2010

É DE ROSCA


Estilo: ficção
Natureza: novelinha
Capítulo: 30 (mês de março 2010) – incrível, apresentação do novo capítulo da novelinha com, simplesmente, 4 meses de atraso.

O prefeito Dió não estava muito satisfeito com os últimos acontecimentos e resolveu realizar uma reunião democrática com seu grupo político de forma a podar as arestas que estavam deixando saliências visíveis, fato que estava desagradando ao prefeito.

Estavam presentes: o prefeito Dió, o líder Antônio e o médico Antônio. O PT de Ipirá ? Não. Nestas reuniões democráticas e de cúpula, o PT de Ipirá fica no quintal, a uma distância equivalente à sua influência nas decisões do grupo sobre o município, dá para imaginar o poder de mudança que ele tem.

O prefeito Dió argumentava com sua inigualável capacidade de entendimento, ao tempo que olhava nos olhos do médico Antônio:
- Mas, doutor Antônio como é que o senhor vai dizer que eu vou ficar com o rabo do gato na mão, justamente numa reunião em que eu apresentava a minha melhor obra: o Hospital de Ipirá, com 10 UTIS, uma obra de primeiro mundo, o melhor Hospital dessa região, e tudo isso, numa reunião emocionada e brilhante; sem ninguém esperar o senhor diz uma coisa daquela e empanou a minha grandiosa obra.

- Mas prefeito Dió ! eu disse a verdade. A prefeitura não tem como sustentar um hospital com UTIS, pois o custo é de 1 milhão de reais por mês, então, na verdade, uma reforma de 3 milhões é uma reforma meia-boca e na verdade esse hospital não vai funcionar. A não ser que seja entregue ao Estado – argumentou o médico Antônio.

- Eu sei disso, mas o Estado não quer de volta, o fato é que do jeito que o senhor argumentou criou um grande constrangimento na reunião e no nosso grupo. O senhor sabe que eu ganhei uma eleição difícil com duas reformas de praças e com essa reforma no hospital, o nosso grupo ia arrebentar nas eleições e o meu federal ia esmagar na votação – disse o prefeito Dio.

O líder Antônio, que observava aquela conversa, achou providencial a sua intromissão e foi incisivo na sua argumentação:
- Não é querendo ser o porreta, mas o prefeito Dió não pode esquecer da minha ajuda na sua vitória, agora, na minha condição de líder, eu tenho que apresentar os meus candidatos e não, simplesmente, apoiar os candidatos apresentados pelo prefeito.

O prefeito Dió viu o mundo rodar, ficou meio grogue, mas foi logo pegando a palavra e tentando justificar:
- Mas, é claro que quem tem os votos é você, que é o líder, agora, o que eu quero frisar é a respeito da necessidade da unidade do grupo e eu não meço esforços para manter essa unidade que passa pelo deputado federal, desde quando, para deputado estadual temos dois e quem tiver a unha maior que suba na parede.

- Eu só digo ao prefeito, que eu tenho que ter um candidato meu, apresentado por mim, que seja o meu respaldo no Estado – disse o líder Antônio.

- Mas, não seja por isso líder Antônio, vamos ao que interessa: a sua candidatura a prefeito para ser o meu substituto. Vamos ajeitar as contas para que você possa ser candidato a prefeito em 2010. Apresente uma candidatura ao Senado. Que tal Zé Ronaldinho ? Desde quando, Lídice não vai ter chances, então você apresenta o Zé e política tem dessas coisas, quem sabe, num acontecimento imprevisível, caso aconteça um atoleiro do Jaques, o Zé pode ser nosso ponta de lança para ajeitar as coisas lá adiante. Coruja é quem dorme no toco – argumentou o prefeito Dió.

- Tudo bem ! agora, deixa eu dar um palpite sobre o hospital. Na minha opinião o prefeito Dió tem que fazer um hospital para atender a jacu e a macaco, no mais, a gente continua mandando descer doente para Feira e Salvador. É isso que rende voto – disse o líder Antônio.

- Eu também concordo com isso, mas é que eu pedi cinco UTIs ao governo e o governo disse: que não me daria cinco de jeito nenhum, que eu nem pensasse nisso, mas que pelo meu prestígio eu teria era dez UTIs. Como recusar uma atitude que demonstra a minha liderança junto ao governo – disse o prefeito Dió.

- Mas, prefeito Dió, só um iludido acreditaria numa fantasia dessa. Esse Hospital de Ipirá com UTIs não vai funcionar nunca, será mais um elefante branco. Faça um hospital para jacu e macaco e outros bichos – falou o líder Antônio.

- Não é que você tem razão! Taí, vou reformar esse hospital para ele atender a gato, preá, canário do reino, cachorro e outros bichos necessitados que possa haver por aí. Líder Antônio diga outro bicho que também poderá ser atendido nesse Hospital de Ipirá ? – perguntou o prefeito Dió.

- Pensando, assim, rapidamente, só tem ovelha.

- Ah ! que desgraça, isso nunca. Eu já disse, enquanto eu for prefeito nessa terra, aqui não vai ter MATADOURO DE CARNEIRO e quem não gostar que vá se queixar lá no programa Conexão Chapada e que os conversadores, o locutor da rádio e o sujeito do blog, façam esse matadouro, já que reclamam tanto. No meu governo não vai ter Matadouro de Carneiro em Ipirá e muito menos hospital para cuidar de ovelha. Hospital é para cuidar de jacu e macaco e de nenhum outro bicho.

Suspense: e agora ? o que será que vai acontecer ? será que o prefeito Dió vai construir um novo elefante branco em Ipirá ? Não basta o matadouro e já vem um hospital de rosca. Êta, que agora vão ser dois bichos de rosca. Agora é que essa novelinha não acaba nunca. Êta sujeita de rosca, essa novelinha.

Leia o capitulo 29 (fevereiro 2010) logo abaixo.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência.

Um comentário:

Lilian Simões disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk É que eu me lembrei da história de um cachorro que segundo a rádio esquina teria sido atendido no hospital de Ipirá kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ain agora eu ri...Abraço!