domingo, 25 de abril de 2010

Rádio x Som.



RÁDIO x SOM LOCAL.

Inacreditável, mas aconteceu em Ipirá. A Rádio Ipirá AM suspendeu a transmissão do jogo Leônico x S. Paulo, no Estádio José Luís dos Santos, neste sábado, dia 24 de abril, devido ao som do estádio, que não permitiu, pelo barulho, a transmissão do jogo.

Sinceramente, como simpatizante do futebol de Ipirá, eu achei um absurdo. É necessário que a nova diretoria da Liga, que faz um bom trabalho, é bom que se diga, pondere nas atitudes e reveja o posicionamento adotado.

Na condição de cidadão e de torcedor do futebol de Ipirá, acho-me no direito de colocar minha opinião nesta questão, que não tem cabimento em existir, mas existe: Rádio x Som Local.

Quem faz o futebol de Ipirá deve tirar lições proveitosas da realidade nacional e local, se não for assim, estará fadado ao fracasso.

Podemos dizer que o futebol brasileiro e mundial é sustentado pela televisão, através de patrocínio para as transmissões. O futebol ficou com um custo muito elevado e sem a TV já teria sucumbido. A TV é o principal meio de divulgação do esporte. Banca e divulga.

A informação e divulgação pelos meios de comunicação é um fator essencial. Em nossa cidade, não tendo TV, o rádio é quem faz esse papel da melhor forma possível. O rádio é fundamental e imprescindível neste papel. A postura correta neste caso, seria, primeiro, garantir o trabalho da Rádio AM e agradecer por isso; depois, buscar a participação da FM, se não for possível na transmissão, de outra forma, em informes esportivos locais, com a divulgação dos jogos e resultados, etc. Isso seria motivador.

Sem essa participação e divulgação da imprensa, o futebol perde força. A maior crise do futebol baiano foi na década de 1960, quando a imprensa escrita, falada e televisiva boicotou o futebol baiano e não divulgava uma palavra, uma linha, uma imagem, por causa de um entrevero entre o jornalista Cléo Meireles e o presidente do Vitória, Nei Ferreira. Sem a comunicação o futebol baiano foi para as cucuias.

O Som localizado é limitado e só atinge quem está no estádio e, justamente quem, já sabe por demasia, quem está jogando. O Som localizado é chato. Quando dá um comunicado rápido até que não, mas quando começa a tocar música, numa altura estridente enche o saco e os ouvidos de quem está perto, que tem inclusive de mudar de lugar para distanciar-se da caixa de som e, além do mais, naquele momento, nem todo mundo está afim de ouvir aquilo que os outros querem que as pessoas ouçam e, justamente, numa hora imprópria e num momento indevido, porque é a festa do futebol e não um futebol de festa, por isso, o som naquele volume é um afugenta público, nem que seja do lugar.

Um contra-senso e um despropósito. Ninguém vai ao estádio por causa da música que vai ser tocada mecanicamente, vai pela emoção do jogo. É simples entender isso.

O futebol de Ipirá melhorou e está bonito. É o melhor campeonato semi-amador do interior. Ele tem um custo, que não é baixo e está sendo mantido por abnegados esportistas e quando estes, resolverem deixar de contribuir, o futebol de Ipirá perderá o vigor e, sem dúvida, despencará.

No estágio em que se encontra o futebol de Ipirá, depende muito da divulgação para garantir público e patrocínio, por isso, a mídia (no nosso caso, o rádio) é indispensável e imbatível e, para tal, o Som do estádio é indubitavelmente dispensável. O rádio tem um custo zero para os promotores do evento (Liga e clubes). O Som local tem um custo pequeno, mas tem. Com as rádios AM e FM divulgando, sem custo, o futebol de Ipirá não há nenhuma necessidade de carro de som pago sair fazendo anúncio dos jogos.

Quando não posso ir ao estádio, ouço pelo rádio, que pode ser AM ou FM, basta transmitir, não tenho preferência. Quem se dispõe a fazer futebol em Ipirá, na condição de complexidade e modernidade em que ele chegou, não pode dispensar os meios de comunicação e ficar utilizando ferramentas do século passado, seria andar na contramão do progresso para querer atingir uma população de 60 mil habitantes com a “Voz da Alvorada”, ou seja, as “Quatro Bocas” de auto-falantes que ficava num poste na Praça do Mercado, comandada pelo grande comunicador da década de 1960, Francisco Oliveira, mais conhecido por Chico Pum Pum. É necessário que se reflita.

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