Estilo:
ficção
Natureza:
novelinha
Capítulo:
48 (mês de setembro 2011) – Essa novelinha só tem previsão de término quando o
Matadouro Municipal de Ipirá abater o primeiro carneiro. Estamos em fase de
correria: de um lado, o prefeito apressando-se para deixar o Matadouro de Ipirá
em pé; do outro, o blogueiro tentando fazer capítulo em cima de capítulo para a
novela terminar primeiro do que o matadouro. Faltam 44 dias para o atual gestor
deixar o poder municipal e a novelinha está no capítulo 48 do mês de setembro
de 2011, com simplesmente 15 meses de atraso. Está feito o grande desafio para
o blogueiro, escrever em 44 dias, nada mais, nada menos do que 15 capítulos,
porque acredito que o prefeito não vá fazer e botar esse matadouro para
funcionar em 44 dias.
O
prefeito Dió estava tranquilamente em seu AP, em Salvador, é claro, e resolveu
telefonar para a prefeita para tratar da transição do poder:
-
Alô, minha prefeita! Como estão as coisas?... Ótimo! Eu gosto de vê-la assim;
com esse entusiasmo de vencedora e essa coragem de guerreira para pegar esse
abacaxi na unha... Não! Eu digo abacaxi no bom sentido... Não, não! Nem pense
nisso! Você não vai estragar a sua unha, não... Não! Fique tranqüila! Tire essa
idéia de largar tudo e cair fora de sua cabeça.
O
prefeito Dió respirou fundo, ouviu um pouco e voltou a falar:
-
Tenho uma notícia boa para lhe dá: Você não vai precisar gastar com carro-pipa,
já mandei encher os açudes, os tanques e todos os buracos com água. Não vai ter
uma só pessoa da zona rural importunando-te por causa de água... O quê? Os
buracos das ruas? Não! Como é que eu vou botar água neles? Não tem como... Se
não vou tapar? Não! Estou sem verba para isso. Eu vou deixar isso para sua
administração... O que? Eu só vou deixar buraco?... Onde?... Nas contas?
O
prefeito Dió parou um pouco, solicitou um copo d’água e pensou por um instante:
“essa mulher é uma neófita em administração pública, vou ter que ficar o tempo
todo mostrando o que e como fazer”, depois voltou a dizer:
-
Não vai ficar nenhum buraco nas contas, inclusive eu vou deixar dinheiro nos cofres...
Por que na campanha eu disse que não tinha dinheiro? Mas você queria o que? Eu
gastei mais de um milhão na sua campanha... Não, não! Mais essa despesa! Essa é
com você e o vice... Não! Se vire com ele... Como? A frente de 49 foi apertada,
porque eu não gastei? 4.900! só se o candidato fosse o prefeito Dió, vamos
mudar de conversa... Não vá por aí! Eu sei que você não pediu para ser
candidata, faça como eu, trabalhe na prefeitura só nos dias de quarta e quinta,
o povo já está acostumado; agora, só na terça, não vai cair bem, mas isso tem
jeito, nós somos prefeito de domingo a domingo, não temos hora para trabalhar e
o povo vai compreender isso muito bem.
O
prefeito Dió balançou a cabeça, com o fone na mão, e ficou pensando: “até isso
eu tenho que orientar essa prefeita”; ouvia atento, até que falou:
-
Sim! E meu grupo? Já tenho minhas indicações para a equipe de governo... O quê?
Mas Lula fez isso com Dilma... Não entendo como essa professora que mostrou o
dedo vai para a educação. O PT tem secretaria; até o deputado tem secretaria e
eu é que vou ficar chupando dedo... Vamos conversar... Pois é! Eu enchi a
prefeitura de jacu! mas você deve tomar cuidado é justamente com seus amigos
macacos; jacu não mete medo, quem é o perigo é justamente esses macacos que
querem meter a mão na cumbuca de dinheiro; eu estou lhe avisando, cuidado com
eles...
O
prefeito Dió já estava cismado com aquela conversa que parecia caminhar para o
lado contrário ao que ele tinha a pretensão de levar. Disse de forma
contundente:
- Tem
um macaco que vai lhe mostrar umas fotos com poça d’água na Praça de Eventos,
esse tá doido para tomar conta da contratação de banda, só para você ter idéia,
esse é mil vezes pior do que Marcelito mascando chiclete e comendo banana.
Entendeste! Cuidado com os macacos de rabo grande. Depois não vá dizer que eu
não lhe avisei.
O
prefeito já não raciocinava tranquilamente e observava o posicionamento
concentrador da prefeita que preferia não dar ouvidos a uma liderança do seu
quilate e pensou: “será que essa prefeita está querendo levar esse barco
sozinha e do seu jeito”. Por fim falou:
-
Eu já disse que a prefeitura não tem dinheiro para o transporte de alunos da
rede estadual; isso é uma fortuna... Sim, eu sei que não chega a cinqüenta mil
reais, mas é uma despesa à toa e eu não vou fazer uma despesa dessa que não
está no orçamento e não é minha obrigação, é do Estado... Eu sei que são
estudantes da nossa comunidade... Eu sei que tem muitos que votaram em você... É,
mas a maioria votou neles... Eu sei que isso não tem nada a ver. Eu sei, que
tem Silva, Santos... tem o quê? Carneiro...
Nesse
instante o prefeito Dió ficou possesso. A prefeita, esperta, desligou o
telefone para não ouvir os péssimos conselhos do prefeito Dió, que continuou
bradando:
-
Eu já disse que em Ipirá não vai ter Matadouro de jeito nenhum e tem mais, aqui
não vai matar ovelha de jeito nenhum, pois eu não vou deixar prejudicar
Pintadas e observe bem prefeita... Alô! Alô! Ela desligou e agora? Não tem nada
não. Ô Sujeito do Blog! coloca aí: O prefeito Dió ta dizendo que aqui não vai
ter matadouro e que aqui não vai abater carneiro, goste quem gostar. Muito bem
Sujeito do Blog, até que enfim esse Blog serviu para alguma coisa. Vou ligar
para a prefeita agora...
Suspense:
e agora ? o que será que vai acontecer ? O prefeito Dió está faltando 44 dias
para deixar o mandato. O sujeito do blog está com a novelinha atrasada 15 meses.
Mandato vai terminar daqui a 44 dias. A novelinha para empatar tem que correr,
ou seja 15 capítulos em 44 dias. Quem vai terminar primeiro? Quem vai levar a
melhor: o prefeito Dió ou sujeito do blog?
Agora é o de rosca contra a certeza absoluta é que a novelinha não acaba
nunca e Ipirá vai se lascar. Duas coisas de rosca, essa novelinha e o Matadouro
de Ipirá.
Leia
o capitulo 47 (agosto 2011) bem abaixo.
Observação:
essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador
e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência.
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