sábado, 10 de outubro de 2015

É DE ROSCA. (14)


É DE ROSCA. (14)
Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Não sei se vale a pena ver de novo
Capítulo: 14 (mês de julho 2015)(atraso de 2 meses) (um por mês)

Tudo fazia crer que haveria a morte de um boi no Matadouro de Ipirá. O ex-prefeito Dió resolveu agir imediatamente e falou energicamente:

- Não, não vai não! – e continuou falando – ô sujeito que escreve o blog! Pare a filmagem dessa novelinha esculhambada agora mesmo, neste exato momento, com esse boi caindo lá de cima, enquanto eu vou providenciar uma rede do Corpo de Bombeiros para aparar esse boi e não acontecer o abate de nenhum bovino nesse lugar sagrado.

Parou a filmagem: o guindaste fabricado pela firma holandesa Mammoet Bliebhen, com duas letras enormes MB, mordendo dois dedos do macaco, que esperneava barbaridade e um boi caindo, parado no ar, na metade do caminho da descida. Enquanto o ex-prefeito Dió foi a Feira de Santana e, duas horas depois, retornou com uma rede, abrindo-a para amparar a queda do boi. O ex-prefeito Dió foi dizendo:

- Sujeito que escreve a novelinha do blog pode continuar a filmagem.

- Pronto, la vou eu, ex-prefeito Dió! – escreveu o sujeito que escreve o blog.

O boi voltou a cair e havia uma rede esticada para salvá-lo. O macaco preso nos dentes do guindaste, com duas letras MB, esperneava cada vez mais desesperado, até que conseguiu se soltar da dentada e desceu em queda-livre; ao passar pela altura da cintura do guindaste com duas letras MB, o macaco enfiou o dedo e um observador da platéia não perdeu o detalhe e comentou:

- Êta qui o macaco infiou o dedo no furico do guindaste da firma Mam...,eu não sei dizer esse nome não; eu falo é como sei, êta qui o macaco infiou o dedo no furico do guindaste MB.

Ao receber a dedada do macaco, o guindaste fabricado pela Mammoet Bliedhen, com duas letras enormes MB, perdeu o rebolado, se desconjuntou todo, foi desmanchando-se e desabando lá de cima. Agora a situação era a seguinte: ia caindo um boi, logo atrás, um macaco e, por último, um guindaste MB. O ex-prefeito Dió foi direcionando a coisa:

- Salvem o boi e deixem espatifar no chão, o macaco e esse guindaste MB todo torto e espedaçado por cima que o IBAMA não vai criar nenhum problema por causa desses dois.

Aí o prefeito Bal fez uma observação:

- Vamos aproveitar essa carne de macaco e inaugurar esse Matadouro de Ipirá.

- Com carne de macaco? Que mau gosto é esse, prefeito Bal! Tem doze anos que a população só come essa carne rançosa de macaco, você acha que o povo daqui vai ficar o tempo todo só engolindo macaco? Um dia esse bicho vai enjoar – disse o ex-prefeito Dió.

- E o guindaste MB, a gente vai mandar para o ferro-velho? – indagou o prefeito Bal.

- Esse você pode deixar comigo! – Disse o ex-prefeito Dió, que pegou o celular e telefonou para o seu amigo governador De Costa e disse retado da vida:

- Meu amigo, governador De Costa! Para Ipirá, V. Exa. só manda porcaria, leve seu guindaste MB de volta, que isso não serve para tirar prefeito colado na cadeira.

Aí, o governador De Costa, assustado com aquelas palavras contundentes do seu grande liderado, retrucou de forma mansa e cautelosa para não colocar mais pimenta no vatapá:

- Que é isso minha grande e maior liderança dessa terra aí. Meu querido, ex-prefeito Dió! Deixe de ingratidão homem de Deus, vocês aí ganharam uma universidade; um SAMU; uma UTI; 200 km de asfalto nas ruas da cidade; um saneamento urbano de 42 milhões que não vai sair por menos de 84 milhões; uma UPA em três funcionando plenamente; uma fábrica de carro elétrico que acabou o desemprego de vocês; um bocado de creche fechada; uma escola do SENAI; uma escola técnica do IF Baiano; a iluminação da entrada da cidade; três grandes barragens para os rios Paulista, Peixe e riachos; os refletores do estádio; um laticínio de leite; uma construtora de estrada com tanta patrol; uma companhia de polícia sem viatura; um matadouro do bom e do melhor; tanta Quadra Poliesportiva que o próximo craque da seleção vai ser daí; não esquecendo,  um aeroporto pedido na campanha. Vamos parar por aqui, é tanta obra que eu vou precisar de uns dez blogs para conseguir relatar tudo que eu fiz pela terra de vocês e ainda tem gente que reclama.

A ligação do celular caiu, (ainda bem, como era que eu ia escrever tanta obra). O prefeito Bal indagou:

- Onde é que tá tanta obra que eu não enxergo?

- É melhor não perguntar nada e deixar como está, sem inaugurar esse matadouro. Esse é o jeito fictício do PT administrar - disse o ex-prefeito Dió.

Suspense: e agora, esse matadouro vai ou não vai? E agora Ipirá? Será que agora o elefante branco vai ter serventia? Êta novelinha complicada. Será que o prefeito Bal não vai ter o direito de continuar grudado na cadeira?

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

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