Em
Ipirá, a problemática não é o rio de lama, mas as duas palavras (emergência e
calamidade) estão grudadas no município como chifre na cabeça de bode. Este
2015 foi um ano de bom índice pluviométrico, mas a estiagem a partir de
agosto já colocou o município no beleleu. A zona rural vive a sua tragédia.
Falta água em algumas localidades e falta alimento para os animais em todo
lugar. É a fartura da falta.
Não
significa ser agourento indagar: “Se não consegue viver no semi-árido como é
que vai conseguir viver no deserto?” O rio Doce virou lama; o semi-árido
caminha para virar deserto. Essa é a nossa tragédia. Uma tragédia que vem de
décadas e mais décadas e não de presságio de acontecimentos infaustos. A vaca
vai para o pasto do dono e não encontra o que comer. O dono aluga um pasto e a
vaca vai comendo o pasto e o próprio dono. É uma engrisilha medonha. Um ponto
de atraso. A seca é uma calamidade. Morre o bicho fica o homem em situação
precária.
O
município vai ficando sem saída. O rebanho de gado (bovino, ovino) vai
diminuindo. Uma feira de animais no Parque de Exposição (uma prioridade) não
marca presença, nem mesmo uma simples contabilidade dos animais que chegam e
que saem se consegue fazer. Se não tivermos ideia do tamanho da queda como
chegaremos às medidas protelatórias ou até mesmo ao equacionamento do problema. Uma
simples questão de gerenciamento. Sem produção no campo o município vai sendo
sustentado por uma massa de aposentadoria e programas assistenciais.
O
país vivendo uma crise, o que piora a vida no varejo e no atacado. Para agravar
ainda mais a situação temos um poder público municipal travado, tanto pela
queda na arrecadação como pela política do jogo de empurra, quando o
ex-prefeito Ademildo não quer concretizar a renúncia para dar total autonomia
ao prefeito Aníbal. Isso emperra e atola o município. O município vivendo uma
situação de emergência, sendo encaminhado para um estado de calamidade e o
poder municipal incorrendo num viés de falta de autoridade. Se não existe a
probabilidade da renúncia, que não se castre a autonomia e a legitimidade do
prefeito Aníbal tocar o município dentro de sua lógica e da sua visão
administrativa. O prefeito precisa de um poder efetivo, até mesmo, para ser o
responsável direto pelos seus atos.
Na
maioria das vezes, a realidade dos municípios do semi-árido não é nada fácil e
chega a ser cruel. O município de Ipirá está na corda bamba entre a emergência
e a calamidade. O poder municipal travado. A Prefeitura Municipal em estado
pré-falimentar. A politicagem do grupismo empaca a máquina pública. O município
é maior do que qualquer grupo, mas o BA-VI do jacu/macaco fornica o município. Fazer
o quê?
Vamos
partir do pressuposto de que essa iluminação para o Natal em Ipirá foi o que
foi possível fazer no momento; custou em torno de R$ 150 mil reais em pleno
estado de emergência, mas Ipirá tem que ser uma cidade-luz como Gramado. Pare,
pense bem pensado. Pontencialize essa iluminação atual em dez vezes e teremos
uma iluminação com dez vezes mais peças luminosas, uma coisa linda de se ver. O
custo também será potencializado em dez vezes mais. Um milhão e meio de reais.
Vem mais gente, vem mais dinheiro, o comércio vai vender mais, as pessoas vão
ficar felizes, o astral vai ficar elevado, blá, blá, blá. Nada brilha mais do
que a luz solar e sob esses raios luminosos o município de Ipirá trilha entre a
emergência e a calamidade.
Tudo
isso acontecendo e o deputado Jurandy Oliveira, em sua notória preocupação com
o município de Ipirá, continua passando o podão pelo pescoço dos funcionários
do CIRETRAN de Ipirá. Dessa vez, uma das vítimas, foi o único funcionário
indicado pelo PT local. Agora, tem que ser bem pensado, o governador do Estado
é o PETISTA Rui Costa que permite e consente que o deputado Jurandy Oliveira
corte a cabeça dos indicados pelos deputados do PT e do PCdoB para o CIRETRAN
em Ipirá.
Ninguém
pode negar que o deputado Jurandy Oliveira tem poder e força junto ao governo
do Estado, mas também ninguém vê o deputado Jurandy Oliveira levantar uma
proposta que ajude Ipirá sair desse estado de emergência junto ao governador
Rui Costa.
Não
se pode preterir a calamidade, ela avança e não deixa algo ou alguém para trás,
atinge o município, o catingueiro e o bicho e, não tenha a menor dúvida que um
governador, um deputado, um prefeito pode ser uma grande calamidade.
Não
tenham dúvida que o Renova Ipirá está passando por um momento de emergência,
mas não estamos em estado de calamidade. Em janeiro/2016 o Renova Ipirá estará
lançando uma nota sobre o seu posicionamento à população.
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