É DE ROSCA. (23)
Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Não sei se vale a pena ver de novo
Capítulo: 23 (mês de abril 2016)(atraso de 8
meses) (um por mês)
Faltando cinco dias, o prefeito J
(Jotinha) entrou numa crise de choro que ninguém compreendia a razão daquela
agonia. Sua mãe procurava entender aquela situação para ver se conseguia tirar
o filho daquele quadro em que ele se encontrava.
- Meu filho, prefeito J (Jotinha)!
Não fique nesse chororô não, que o mundo não vai se acabar. Você tem tudo pela
frente, estamos no Natal; o Ano Novo vem aí e você está cheio de saúde e fica
aqui, neste quarto, nessa choramingueira de dá dó. Você está chorando mais do
que quando era menino e pegou bicho-de-porco no dedão do pé, lá na fazenda 17
de Janeiro. Vou falar com seu tio deputado Jura.
- Uau, uau, uau, mãe Janda! Eu só quero é
chorar, uau, aua, uau!
Sua mãe foi ao encontro do tio do prefeito J
(Jotinha) e narrou-lhe os acontecimentos, inclusive dando seu parecer:
- O meu filho, prefeito J (Jotinha),
encontra-se nessa choradeira porque vai deixar de ser o artista da novelinha no
dia primeiro do Ano Novo e aí está sentindo uma dor muito forte no coração.
- Não é nada disso, dona Janda! Ele está
chorando assim, porque vai deixar de ser prefeito. Logo não ta vendo, que meu
sobrinho, o prefeito J (Jotinha), não ia ficar chorando num quarto,
porque não vai mais fazer parte de um bocado de capítulo besta de novela! Pense
bem! Ele está chorando, porque vai deixar a prefeitura! Entenda isso! Esse é o
grande problema dele. Deixa comigo, dona Janda, que eu vou conversar com ele e
esse choro vai passar na hora.
O deputado Jura foi conversar com o sobrinho
e, como era de se esperar, foi levando a conversa com muita sutileza, pois a
situação era gravíssima.
- Meu sobrinho querido, prefeito J
(Jotinha)! Em quatro meses você fez mais do que doze anos de administração da
macacada e cinquenta anos administrados pela jacuzada. Se prepare, meu sobrinho
querido, prefeito J (Jotinha), deixe de choro, que em 2020, você vai ser o meu
candidato a prefeito nessa terra e, desde já, pode considerar-se prefeito, essa
é a palavra do seu tio.
Ao ouvir aquelas palavras, o prefeito J
(Jotinha) aumentou o choro e sua lamentação era feita com a voz embargada:
- Uau, Uau, Uau! Não meu... tio deputado Jura!...
Você... diz isso agora... mas, quando eu pedi para você jurar... você... tio
deputado Jura... fez a jura... com os dedos cruzados... Uau, uau, uau!
Seguindo o conselho do vice-prefeito Beto
(outro, que está despedindo-se da novelinha) mandaram chamar o Matadouro de Ipirá
para ter uma audiência com o prefeito J (Jotinha). Ao entrar no
quarto, o matadouro observou que o chororô tinha estancado e que o desespero
tinha terminado. Parecia um milagre, mas o matadouro pensou: “Aqui tem coisa!”.
O prefeito J (Jotinha) começou a falar:
- Obrigado, seu Matadouro de Ipirá, por ter
vindo! Eu já vi que tenho amigo nessa terra! Sabe como é, não é seu matadouro!
Um amigo é prá ajudar o outro, como se diz, uma mão lava a outra. Me ajude, seu
Matadouro! Eu sou jovem, tenho muito futuro pela frente e quero ser prefeito
mais vezes nessa terra! Eu quero fazer meu nome, eu preciso fazer meu nome como
bom administrador! Me ajude, meu amigo matadouro! Trabalhe pelo menos um dia em
2016, trabalhe como voluntário! Um dia só, só um dia! 2017 é lá com o prefeito
Marcelão, ele que se arrombe.
O matadouro olhou para aquele prefeito com
cara de menino; olhou dos pés à cabeça, não disse uma palavra, mas pensou: “Olha,
o que é que esse prefeito J (Jotinha) quer, que eu trabalhe como
voluntário! Ele ta pensando que eu sou otário, trabalhar sem receber nada da
prefeitura. Vê lá se eu tenho cara de besta?” O prefeito J (Jotinha)
saltou da cama com um sorriso do tamanho do mundo estampado no rosto, deu uns
três pulos e voltou a falar:
- Eu sou o prefeito mais feliz do mundo! Fiz
muito por meu município e aproveito a oportunidade para desejar um Feliz Natal
para a nossa família ipiraense e que o Ano Novo seja repleto de alegria e que
todos os sonhos de nossa gente sejam contemplados. Obrigado a todos e até 2020,
quando vamos ser mais felizes ainda.
Suspense: Muitos fogos, champagne, sorrisos,
felicidades, final a ‘lá Globo’. E agora? O matadouro não foi. O prefeito J
(Jotinha) já foi; daqui prá frente o artista é o prefeito Marcelão. Êta,
novelinha complicada e chata! Tem gente que já cansou dessa novelinha. Eu não
agüento mais escrever esse troço. Aqui, encerramos a participação do artista
prefeito J (Jotinha) na novelinha, com um final de muita felicidade
para o nosso protagonista prefeito e para o nosso matadouro, que não funcionou
(isso eu posso garantir), também, pudera, o prefeito com uma letrinha só não
podia fazer nada, desde quando, prefeitos com três letrinhas (Bal, Dió, Déo,
Ana) e com quatro letrinhas (Luiz), com seis letrinhas (Toinho), também, não o
fizeram.
Convém ressaltar que o prefeito J (Jotinha) ficou somente quatro meses,
e os outros, quatro e oito anos, com exceção do ex-prefeito Bal e da
ex-prefeita Ana que ficou quinze dias e só teve tempo de colocar sua assinatura
no decreto que acabava com eleições diretas nas escolas municipais, por isso
não é merecedora nem de foto na galeria dos prefeitos, basta-lhe a página que
não soube honrar.
O término dessa novelinha acontecerá no dia
que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou,
imediatamente. Agora, o artista é o prefeito Marcelão (oito letras e um ão do
tamanho de um elefante no final), que foi grande divulgador da novelinha É de
ROSCA pela FM.
Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira
literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer
semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com
eles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário