quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

É DE ROSCA. (57)


Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a do prefeito Marcelão.
Capítulo 57 (mês de fevereiro 2019)(atraso de um ano) (um por mês)

Carnaval de Salvador: 17 milhões de foliões no circuito. O deputado Jura olhou para o Matadouro de Ipirá e fez um breve comentário:

- Seu Matadouro de Ipirá! Eu vou dizer uma coisa prá Vossa Pessoa, se eu tivesse um eleitorado de 17 milhões de votos eu ia tá lá correndo atrás de vice da macacada! Eu lançava a pré-candidata Dinina na cabeça da pule e pagava prá ver a bagaceira.

- Deputado Jura! Eu quero ir prá casa. Eu não sou pipoca prá ficar no sufoco de Salvador, nesse excesso de aglomeração de eleitor de Neto, de Costa e Canário. Eu quero é ir pra terra do macaco e jacu.

- Calma, seu Matadouro de Ipirá! Eu vou te levar prá sua casa, mas antes vamos passar na praia para eu encontrar meus eleitores.

- Deputado Jura! O senhor não descansa um minuto, tá sempre na correria atrás de eleitor e voto; eu por meu lado, eu quero é ir prá casa.

Carnaval de Guarajuba. Uma onda gigante se aproximava da praia e um surfista aproveitava aquela belezura para surfar na crista da onda. O deputado Jura não perdeu tempo e disse:

- Olha lá, na onda gigante, aquele surfista é meu eleitor!

- Aquele lá, surfando na onda gigante é o pré-candidato Dydude.

- É mesmo, vamos lá. Esse Dydude sempre votou em mim prá deputado, lá isso eu reconheço. Agora, que eu sou deputado, eu quero entrar na onda dele com a pré-candidata Dinina e ele tá dizendo que a onda dele é gigante e que não precisa da pré-candidata Dinina. Vê se pode uma idéia dessa? Vê lá se um deputado vai gostar de uma humilhação desse tipo.  

- Oh, deputado Jura! Que grande e boa oportunidade para eu lhe dizer umas duas palavras. Eu estou numa boa na minha onda e a onda é minha e o senador que é bem mais do que um deputado já disse que a onda é minha e o filho do senador, o Ottinho, já disse que sou eu quem vai escolher a vice e minha chapa é Dy na cabeça e Di na vice – falou o pré-candidato Dydude.

- O senador está certo e sabe o que diz. Eu concordo plenamente com essa chapa e apoio a sua candidatura e vamos vencer e dá uma cacetada nessa jacuzada. Essa chapa Dy + Di não perde prá ninguém da jacuzada. Já estou na campanha, vamos votar em Dydude na cabeça e Dinina na vice.

- Alto lá! Não atrapalhe minha onda. Minha chapa é Dydude, que sou eu, na cabeça e a vice será Di com um ó, meu Deus! V. Exa., deputado Jura não quer entender que meu Di tem um O com acento na vice.  Tá claro, Dydude na cabeça e Dió na vice e essa pré-candidata Dinina, pega ela aí macacada prá botar na geladeira, não, num freezer.

- Calma aí, macacada! O que é isso? Eu estou aqui para pregar a paz no carnaval, eu não boto veneno, nem crio intriga, eu só quero ver vocês no bloco Largadinho – disse o Matadouro de Ipirá apaziguando.

- Vamos embora Matadouro de Ipirá. Isso não vai ficar de graça. Esse senador não tem mais prestígio do que eu em minha terra, ele pode mandar em Rui Barbosa, aqui em minha terra, deputado Jura tem serviço prestado e voto. Vamos passar no Conde, seu Matadouro de Ipirá.

Carnaval no Conde. Na beira da praia, esperando uma onda, quando foi avistado pelo Matadouro de Ipirá, que gritou sem aflição:

- Deputado Jura, olha quem está ali na beira da praia, o prefeito Marcelão!      

- É verdade! Esse aí nunca votou em mim prá deputado. Como vai prefeito Marcelão? Só de boa aí esperando uma marolinha para molhar os pés, não é prefeito Marcelão?

- É isso deputado! Eu quero comprar uma prancha de dez milhões de reais para pegar uma onda gigante, ai eu vou pra cima, vou botar pra correr até o surfista Medina. Deputado Jura! Eu vou fazer uma obra em nossa terra, que a eleição vai ficar uma moleza.

- Prefeito Marcelão! Aqui no Conde não tem onda gigante e por enquanto V. Exa., está surfando numa marolinha, mas vamos fazer um acerto se essa obra não sair a cabeça fica com a pré-candidata Dinina e V.Exa vai de marolinha na vice.  

- Deputado Jura! Vou telefonar e fazer uma conexão com o Conexão da FM: “Alô Conexão, preste bem atenção povo da minha terra! A macacada em doze anos na prefeitura fez a orla de Ipirá e eu, como representante da jacuzada, vou levar uma praia para beira da orla. Com a realização dessa obra eu vou ser um candidato imbatível se a minha vice for a pré-candidata Dinina.”

O deputado Jura acrescentou “Você está certo.” Ao mesmo tempo, uma voz entrou no ar: “BOM DIA! Aqui é Corujão, estou chegando aí no Carnaval e quero receber meu dinheiro!” Êta que o prefeito Marcelão emburacou dentro de casa e ninguém viu mais o prefeito.

- Vamos seu Matadouro de Ipirá, vamos para o carnaval de Ipirá – disse o deputado Jura.

Carnaval em Ipirá. O deputado Jura passou pela avenida principal, que estava sem o prometido asfalto. Todo o comércio fechado. A cidade vazia e parada por três dias de carnaval. Quando o deputado Jura chegou à Praça da Bandeira, o Matadouro de Ipirá apontou:

- Olha ali, deputado Jura! É o bloco do professor Zé Miraldo que tá brocando na cidade.

O Bloco do professor ocupava a praça com um paredão, que estava em frente ao bar de Zé Antônio e o povo ocupava o espaço até em frente ao Banco do Brasil. Tinha uma pequena multidão. O deputado Jura olhou e observou: “Essa terra já pega um carnaval para desentupir o carnaval da capital. Se a pré-candidata Dinina for prefeita dessa terra, isso vai acontecer.”  

Suspense: Veja que situação: a novelinha tá de correria, querendo chegar ao mês de março 20 sem nenhum capítulo em atraso. Um matadouro querendo ser obra e um prefeito querendo não ter problema! Onde vai parar uma desgraça dessa? O que é que eu tenho a ver com o desentendimento do prefeito Marcelão com o matadouro?

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. ‘Inaugurou! Acabou na hora, imediatamente!’ Agora, o artista é o prefeito Marcelão, que foi grande divulgador da novelinha É de ROSCA pela FM.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

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