A armação toma corpo na Rede Estadual de Educação em Ipirá.
Caminha-se para abortar uma unidade inteira, a quarta. O motivo apresentado é
inusitado: a falta de transporte para ir buscar e levar os alunos para os
povoados e suas moradias na zona rural do município. Imaginem que ridículo.
O Calendário Escolar está definido em duzentos dias letivos.
Isso é determinado por Lei. Em Ipirá resolveram afrontar e burlar a Lei; não
querem cumprir o disposto na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional.
Este ano houve uma greve (um direito constitucional) dos professores da rede
estadual por mais de cem dias. O calendário de reposição foi apresentado com
aulas aos sábados, mais dezembro de 2012, janeiro e fevereiro de 2013.
A reposição das aulas não está acontecendo em Ipirá, nem
mesmo aos sábados, por falta de transporte escolar. Uma vergonha. Mais
vergonhoso ainda, é que ninguém sabe se vai ter transporte escolar no período
da IV Unidade, em janeiro e fevereiro de 2013. Fica aquele jogo de empurra, no
maior cinismo do mundo, onde ninguém é responsável por nada, mas o transporte é
uma questão fundamental para a viabilidade do calendário escolar.
Quem é o responsável? O Estado não assume a responsabilidade
com o transporte. A Secretaria de Educação do Estado não se compromete verdadeiramente
com o pagamento do transporte. Os proprietários dos ônibus reclamam que não
receberam até hoje, os 11 dias que a Secretaria Estadual de Educação lhes deve.
Resta a Prefeitura Municipal de Ipirá. O prefeito Diomário Gomes de Sá, em fase
de arribação, simplesmente, nega-se a assumir tal responsabilidade, argumenta
que não é sua obrigação. Aborta-se a IV unidade e resolve-se o problema. Quanta
desfaçatez.
Pense no tamanho do problema que os Poderes Públicos não
conseguem resolver e ficam batendo cabeça. Um ônibus para fazer o transporte de
alunos por 18 km
recebe entre R$ 3.400, e R$ 3.600,00 mensal. Racionalizando a operação, suponhamos
que gire em torno de 70 mil reais para atender a todo o universo que vai
necessitar do serviço, porque deve girar em torno de 120 mil reais o
atendimento no período normal, sendo que, é bom frisar, quem paga a conta é o
governo federal, com o dinheiro do Fundeb. E o cinismo é tão aberrante, que o
prefeito além de dizer que não tem nada com isso, afirma que não tem recursos
dessa monta para fazer tal despesa.
O que impede a prefeitura disponibilizar os recursos do
Fundeb para esse pagamento? Não tem sobra dos recursos do Fundeb? O que custa à
prefeitura responsabilizar-se por essas despesas se a verba do Fundeb para a
educação está justamente adequada para esse fim? Mas o que vale é a palavra de
sua majestade o prefeito: “isso não é da minha alçada e não tem recursos para
despesas de tal vulto”. A população tem o direito de auferir pela presunção da
dúvida, independente do lastro de vaidade e de prepotência com que se esbalda o
argumento de autoridade, nem sempre justo, decente e verdadeiro.
Onde o prefeito amarra a “sua verdade”? No fato de não ser
responsabilidade municipal o transporte para a rede estadual, daí o prefeito
Diomário negar-se a assumir os encargos com o transporte do alunado das escolas
estaduais. Argumenta de forma veemente que isso é uma obrigação do Estado. Pura
falácia; engodo, incoerência e um grande ultraje. É importante que se analise o
problema em toda a sua envergadura.
Como acontece e quem paga o transporte dos alunos da rede
estadual em Ipirá? O deslocamento desses alunos é feito nos ônibus contratados
pela Prefeitura Municipal de Ipirá; sendo pago pela prefeitura, com verba
carimbada do Fundeb. A Prefeitura Municipal de Ipirá sempre transportou os
alunos da rede estadual. Bancou a conta, sempre. Isso, por acaso, é ilegal?
Isso é conduzir de forma clandestina? Isso é agir contra a lei? Como é que o
prefeito faz uma coisa que não é sua obrigação? É difícil justificar por esses
parâmetros. Não se pode fomentar um burocratismo inescrupuloso, vil e
desprezível quando o que está em pauta é a educação de jovens.
O transporte dos alunos da rede estadual passou a ser um
direito intransferível e inalienável do jovem que mora na zona rural de Ipirá.
Os governantes não têm o direito de tratar com desprezo e sonegar esse direito.
Isso é canalhismo. Não dá para entender essa promiscuidade burocrática que
emperra tudo e mostra a mais clara incompetência quando segmentos da gestão
pública atiram uns para os outros as suas obrigações e deixam de praticar a
obrigação do poder público (seja lá em que escala for) que é a garantia da
educação para os jovens.
É lastimável e infame o argumento do prefeito Diomário de
que não tem recursos públicos para gastos de tal monta. A administração do
prefeito Diomário é essa coisa lastimável, que tramita na esfera de uma
transparência ordinária para um estado de contradição calamitosa. Não tem
recurso para pagar os ônibus escolares por dois meses e poucos dias, mas tem a
audácia de contratar ônibus para carreata política do seu grupo; mas tem o
destempero de bancar duas levas de publicidade numa mesma campanha política, a
do 11, jogou tudo na lata de lixo e logo após começou a do 22. Ah! Não foi
dinheiro público, foi dinheiro da candidata e do grupo. Temos que engolir e
acreditar, não é prefeito Diomário?
Temos que observar os acontecimentos também na esfera
política. O prefeito Diomário é aliado do governador Wagner. Não tem uma obra,
ou mesmo, um bem adquirido pela prefeitura de Ipirá que não seja em convênio
com o Estado ou a União e a recíproca é cada vez mais inverdadeira. O Estado
requer do auxílio da prefeitura para pagar, com dinheiro do Fundeb, o
transporte escolar, alguns sábados, alguns dias de dezembro e o prefeito
Diomário capciosamente e maleficamente limitou-se a dizer um sonoro NÃO TEM RECURSOS.
Estando em fase de transição duvidosa para a nova prefeita
Ana Verena, fica a incógnita sobre o mês de janeiro 2013 e alguns dias de
fevereiro. É um total desmando. É necessário que a lei seja cumprida. É mais do
que justo que o Ministério Público tome as devidas medidas e garanta o
cumprimento da lei e o atendimento básico à juventude que necessita dos
serviços públicos. Pelo menos uma coisa eles conseguiram: criaram um impasse
que demonstra o descaso e a forma como a educação é tratada por estes setores
públicos.
3 comentários:
Sindicatos, professores, estudantes e pais de aluno, para garantir os 200 dias letivos, o caminho é o ministério público. Além do FUNDEB(R$ 23.719.492,67, de janeiro à dezembro), o governo federal transfere ao município os recursos do PNATE (Programa Nacional de Transporte do Escolar), cerca de R$ 515.321,52(janeiro a novembro) e mais R$964.215,60 de quota estadual(janeiro à novembro) que também podem ser utilizados na manutenção e desenvolvimento do ensino, inclusive, no custeio do transporte do escolar. Sobra dinheiro,falta gestão eficiente e eficaz!!!
Enéias Fernandes isso é o Cúmulo da decadência...que vergonha,a que ponto nos chegamos?? sobra de dinheiro pra tudo,menos para a educação '' vergonha''Ipirá...
QDO HOUVE A GREVE PELO Q SEI OS CARROS PARARAM DE RODAR E CLARO SEM RECEBER DURANTE TODO PERÍODO DA GREVE.E O DINHEIRO Q SERIA PARA ESTE FIM FOI PARAR AONDE? É DE SUPOR Q DEVERIA FICAR RETIDO PARA PAGAR AOS VEÍCULOS O RESTANTE DO CALENDÁRIO ESCOLAR, OU SEJA A REPOSIÇÃO DAS AULAS.SE NÃO ONDE ESTÁ O DINHEIRO, O GATO COMEU?
Postar um comentário