A foto não tem nada de concreto e definido, mas é um reflexo
e reflete a situação do bloco da macacada:
“a banda toca e ninguém sabe onde!” O deputado Jurandy Oliveira continua
agitando o pedaço, desta vez, com uma foto. Tem muita fantasia na avenida: a
experiência de Jurandy, a esperteza de Diomário, a truculência de Ademildo e
pouca máscara de macaco. É um bloco sem unidade, sem rumo e sem direção: “vai
descendo a ladeira!”
O deputado é político experimentado e dono de uma frase
exemplar: “quem não agüentar levar porrada, procure outra coisa para fazer na
vida!” disse tudo e sabe dar ao tempo a dosagem certa, não custando nada jogar
pimenta no salão do baile, embora o prefeito prefira confete e serpentina. Já
vi muita festa acabar assim; quem nunca viu, verá.
Ninguém se espante se o deputado aparecer com outro abadá. O
deputado tem seus motivos e razões. No íntimo, sabe a dor que sofreu. Maior que
a dor foi o desrespeito. Bem maior que o desrespeito foi a predação. O deputado
sabe, muito bem, que um dia é da caça e o outro do caçador. A truculência, por
mais que queira e deseje, não conseguirá esmagar a experiência. A paciência e a
espera são medidas da dosagem de quem sabe dar ao tempo, o tempo que ele
merece. Tem muito bloco na avenida.
O deputado Jurandy lançou-se pretendente a uma candidatura de
prefeito/16. Não ouviu aquela música: “atrás do trio elétrico só não vai quem
já morreu!” Não abalou, não sacudiu. Já foi! A experiência de quem sabe que
“cavalo selado já tem dono” deixa claro que a disputa é entre Diomário e
Ademildo. Esse é o mela-mela do carnaval. Os invasores se apropriaram do bloco
dos macacos e ditam o que tem que ser. O deputado sabe onde e como pisa, a
experiência sinaliza politicamente sem reverberação. Ele sabe que é alegoria
secundária no bloco, mas decisiva.
O bloco dos macacos está sem harmonia e mostra um enorme
vazio na avenida. Vazio de liderança. O que é que uma lavadeira faz com uma
trouxa de roupa? Assim, Diomário fez com a liderança de Antônio. Lançou uma
candidatura impossível, trocou-a por uma candidatura inconsistente e de uma
lavagem só, destruiu politicamente a dupla Antônio/Ana. Neste carnaval falta
liderança no bloco dos macacos. Falta credibilidade; falta crédito; falta fé;
falta confiança numa liderança genuína. Com a renúncia, essa dupla deixou bem
claro que só pensa em si e está se lixando para os componentes do bloco. Não é
pedra noventa. Não é incompatível imaginar um deslize nesse tipo de liderança
que vacila. Não é difícil uma traição, ou uma demonstração de incompetência. A
esperteza de Diomário ocupou esse espaço na Comissão de Frente. Acabou o tempo
da liderança dos macacos puro-sangue.
Fantasia peculiar foi a do prefeito Ademildo. Veio de avião
Air-bus A320 da AirAsia entrando numa
tempestade de granizo, carregada de raios e trovões. Ele é o piloto? Não. É o
próprio avião decolando no espaço aéreo asiático, vai despencar. Sofre do mal
que padece. É folião em bloco alheio. Bem-ditoso e bem falado no bloco dos
macacos: é sapecado, chantageado, lambiscado e esfacelado no próprio bloco.
Quem já viu isso? Apetrechado e decepado pelos amigos da folia! Não sabe o que
faz, nem a força que tem. Vai ter que
apoiar o candidato Diomário. Sabem por que? Porque tem medo que a caixa-preta
do avião caia em mãos alheias. “Vai passar”, diz a música, e o Arlequim vai
ficar chorando com saudade da Colombina. Acha que tem a capacidade de
mistificar a realidade.
Em situação privilegiada, Marcelo Brandão assiste ao desfile
em camarote sofisticado, mesmo sabendo que o custo é alto e vai ter que pagar
prá vê, e não é pouca grana. Com tudo isso, quem perde é Ipirá, que paga a
conta e, por essas e outras, não tem carnaval.
Nenhum comentário:
Postar um comentário