quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O PREFEITO E O MOINHO DE CARNE.


Antigamente, algumas crianças deviam ficar impressionadas com a imagem da carne sendo esfarelada naqueles moinhos manuais que quase toda residência possuía. Veio-me a idéia: “como seria um prefeito introduzido no moedor de carnes?” Parece que o prefeito Ademildo se acha assim; pois, tomou por hábito lamentar-se sobre uma oposição que fica botando pilha e querendo desconstruir sua gestão, ou seja, sua administração. Coitadinho! Que pena dá.

Uma oposição feita num programa de uma rádio que o poder municipal ajuda tanto! Faz propaganda; tem programa nesta rádio e o ‘programa de oposição’ ao prefeito continua deixando o povo falar da buraqueira das ruas da cidade. Que o programa incomoda lá isso é verdade; incomoda e não é pouco. Tira o sono e moe o juízo daqueles que não chegam a compreender porque o prefeito persegue os seus e ajuda tanto o que ele considera inimigo. Um inimigo é um mal necessário e merece tamanha evidência porque...

O programa sempre existiu e vai continuar existindo. O ex-prefeito Diomário apanhava que nem ‘jegue subindo a ladeira da Caboronga’ e nem tum. O prefeito Ademildo não, bateu-levou, tem logo a resposta na ponta da língua. Ele gosta disso, precisa disso e faz disso a sua razão para merecer continuar sendo prefeito. Senão vejamos.

O prefeito Ademildo chegou ao poder municipal de pára-quedas. “Esse governo é da macacada” foi sua melhor tirada para botar o PT local de escanteio e tirar do partido qualquer direito e poder de participação e decisão na gestão. O prefeito passou a cantar de galo com plumagem de pavão em terreiro alheio.

Cantarolou em verso e prosa o alinhamento municipal, estadual e federal; entoou o bordão “nunca, antes, jamais, ninguém fez tanta obra nesta terra”; entufado considera-se “o maior prefeito que Ipirá já teve”; encheu o cangote e imita a coruja gabando o toco: “o administrador mais sério e honesto que essa terra já teve” (Diomário fica retado da vida); tem como narrativa dominante a tal ‘Ipirá virou pólo’, o que não deixa de ser uma mistificação da realidade.

Não sei como é que uma administração pode se sustentar no idealismo. ‘Ipirá virou pólo’! Inaugurou o Ponto Cidadão e não abalou a região. A sede do INSS não vai produzir rebuliço na região. Asfalto do centro da cidade! ‘Tai eu pago para ver’.

Falta um ano e dez meses para acabar essa gestão. Será que essa obra do saneamento vai terminar nesse prazo? O asfalto vai ser inaugurado antes do saneamento ser testado e aprovado? Isso tudo que vai acontecer está sendo planejado?

O gestor diz ‘de boca’ que Ipirá vai ter asfalto. Não quer dizer nada. Ipirá tem matadouro e não tem. O povo de Ipirá está ficando desconfiado e não é pouco, por isso a população tem que ver, ver com os olhos, ver bem visto, para poder acreditar. Bem-te-vi canta muito, mas não bota ovo em ninho de pardal.

A conclusão irrefutável e imponderável dessas premissas acima: se o prefeito se acha ‘o melhor e maior gestor que Ipirá’ já teve, naturalmente, se acha com direito à reeleição. Evidente. O problema é que a cúpula da macacada não acha nada disso e não o aceita como cabeça de chapa.

O que tem que fazer o prefeito para convencer seus parceiros de macacada? Mostrar e ser mais macaco do que a própria macacada, para tal, confia no potencial da estratégia da tensão máxima contra a jacuzada, contra a clínica SH e a rádio FM. Tudo isso, para engabelar a macacada que vai ficar dizendo: ”Isso é que é um cabra arretado, macho, guerreiro e vingador”. Deve pensar que só vira candidato se cravar e impor essa imagem.

“Vamos trucidar essa jacuzada” isso foi na década de 1960, na fase da ditadura militar. A política tensionada que o prefeito quer implementar é contraditória e tem pouca lucidez nos tempos atuais, pois nos dias de hoje, as lideranças dos grupos jacus e macacos convivem com certa cordialidade e degustam uísque e canapés num clube de confrades. Não cabe mais o poder da delegacia de polícia contra o poder da prefeitura dos anos 60. As pessoas estão entendendo que besta ou aproveitador é quem solta a guilhotina e aperta a forca.

A política tensionada, com a corda esticada, não dará ao prefeito Ademildo a cabeça de chapa do grupo macaco, porque a cúpula não quer e não aceita, mas será o motivo para o prefeito Ademildo apoiar Diomário como pretendente ao cargo pelo simples motivo de que se a prefeitura municipal cair nas mãos do programa... Isso aí nem pensar! ‘Vamos votar em Diomário!’.

Ninguém duvide, hoje, quem está tendo a atuação política mais acertada em Ipirá é o deputado Jurandy Oliveira, pois percebe as visíveis rachaduras da macacada; observa o peso da rejeição popular do prefeito e sabe que ele (deputado) não será candidato, mas também sabe quem ele (deputado) não quer candidato. E dizem que o carnaval acabou! O povo continua falando dos buracos nas ruas de Ipirá.

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