domingo, 6 de novembro de 2016

É DE ROSCA. (21)

É DE ROSCA. (21)
Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Não sei se vale a pena ver de novo
Capítulo: 21 (mês de fevereiro 2016)(atraso de 9 meses) (um por mês)

O prefeito J Jotinha acordou esperto e ligeiro. Pensou: “Vou logo para a prefeitura ocupar a minha cadeira, porque a concorrência com o prefeito Marcelão que vai tomar conta em janeiro 17 está grande.”

6 h da manhã, o prefeito J Jotinha chegou à prefeitura e percebeu que algo não estava nos conformes, pois a porta do seu gabinete estava aberta, pensou: “pode ser a faxineira que está fazendo a limpeza!” Não era. A sua cadeira estava ocupada por uma pessoa, alegre, sorridente e bonachão, era o prefeito Marcelão Janeiro 17 que lá se espreguiçava, muito satisfeito com a vida.

O prefeito J Jotinha pensou: “Esse sujeito não perde tempo, vá gosta de uma prefeitura assim, lá na casa do chapéu!” O prefeito J Jotinha percebeu que o capacete do prefeito-operário, ainda, estava em cima da escrivaninha, foi aproximando-se, sorrateiramente, e zap, colocou-o na cabeça e foi dizendo:

- Prefeito, Marcelão Janeiro 17! Pode ficar sentado aí na cadeira, não precisa levantar agora não! Porque eu estava deitado, não estou cansado ainda e estou querendo esticar as pernas.

Era o que o prefeito Marcelão Janeiro 17 queria ouvir, porque não tinha passado pela sua cabeça a menor ideia, não fez nenhuma menção e não tinha a menor intenção de levantar, vivia uma lua-de-mel especial e queria usufruir ao máximo possível aquela situação de felicidade. Foi dizendo:

- Prefeito J Jotinha! Quando eu penso que não sentei nessa cadeira há quatro anos atrás, por causa de 49 votos, chega mim dá uma dor no coração, por isso eu quero tomar conta dessa cadeira logo e não tem prá ninguém.

O prefeito J Jotinha foi logo pensando: “Êta! Que agora esse sujeito vai esquentar essa cadeira, que não tem vivente que vá agüentar essa quentura. O que é que eu faço para que essa alma levante daí?” De repente veio uma ideia, como se fosse um raio e ele soltou:

- Prefeito, Marcelão Janeiro 17! Eu já botei o meu capacete de prefeito-operário, vamos aproveitar o sol nascente e vamos visitar umas obras do meu governo.

- Cadê o meu capacete de prefeito? – perguntou o prefeito Marcelão Janeiro 17.

- Aqui só tem um capacete, uma cadeira de prefeito, um carro, um motorista, um mandato; vá logo se acostumando que é para não tomar susto – disse sorrindo o prefeito J Jotinha.

Entraram no carro e o carro já sabia para onde ir, não deu outra, foi parar no Matadouro de Ipirá, que ficou observando aquelas duas figuras que saltavam do carro. O Matadouro de Ipirá foi logo pensando: “o de capacete só pede ser o prefeito, aquele outro, todo almofadinha e lustroso, pela pinta, deve ser um playboy, um bon-vivant, desses que sabe curtir a vida, mas vamos observar o que é que eles querem.”

- Taí, prefeito J Jotinha! Pense num lugar bom e ideal para realizarmos a Festa do Boi.

- Não vai dá certo, prefeito Marcelão Janeiro 17! Aqui é o local certo e correto para fazermos a Festa do Carneiro.

- Do boi!

- Do carneiro!

- Do boi!

- Do carneiro!

O Matadouro de Ipirá não agüentava mais aquela discussão que já durava hora e meia, mas estava tranqüilo e sereno, pois sabia que daquele lenga-lenga, ou daquele mato não saia coelho, afinal, pensou: “ Eu tenho é 25 anos em Ipirá que não sirvo para nada, não sirvo nem para matar um bengo e não é com esses dois aí, que eu vou servir para alguma coisa. Oh, Ipirá bom! Foi Deus quem mandou eu vir para esse lugar e já estou sentindo o cheiro de 29 anos sem serventia nenhuma. Só mesmo nessa terra!”

Suspense: e agora, o bicho pega? esse matadouro vai ou não vai? Êta, novelinha complicada e chata! Tem gente que já cansou dessa novelinha. Eu não agüento mais escrever esse troço. Será que o prefeito J Jotinha vai inaugurar esse matadouro em 30 dias? De onde menos se espera é que sai o pulo do gato.

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente.


Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

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