O pior
time do Brasileirão é o Náutico, embora não tenha sofrido nenhuma goleada do
tamanho da que levou o time do prefeito (10 a 1) do time dos vereadores. Esse jogo
aconteceu na arena, ou melhor, na plenária arena da Câmara de Vereadores, nesta
última terça-feira, 19 de novembro.
O
prefeito Ademildo não é macaco de carteirinha; chegou ao poder municipal por
obra e mérito do grupo da macacada, em boas palavras: era vice e rebocado pela
macacada virou prefeito. Queira ou não, está no bolo, deve-lhes gratidão.
Recebeu
uma carga pesada pelo peito, ou seja, pegou um abacaxi para descascar, ao tempo
que tem que se debater com a gloriosa primazia da essência política da
macacada: “venha a nós o vosso reino.” Dessa política corporativista e atrasada
da macacada só pode sair o drama de consciência.
Não
recebeu só o município de Ipirá para administrar, recebeu uma herança terrível
e maldita do ex-prefeito Diomário. Uma folha de pessoal acima do limite e foi
obrigado a enxotar os “macacos” que se alojavam na prefeitura. Arcou com todo o
desgaste e ficou desgastadíssimo e malvisto dentro do próprio grupo da
macacada. E o pior de tudo, não tinha equipe nem projeto administrativo próprio
para tal tarefa. Ficou num mato sem cachorro e começou a fazer tudo de improviso.
O presente transformou-se num fardo.
A Câmara
de Vereadores derramou o leite do prefeito. Sempre, os prefeitos macacos e
jacus mantiveram a Câmara de Vereadores subordinada e dominada pelo Executivo
Municipal, agora, um raio partiu esse domínio. Os vereadores impuseram uma acachapante
derrota ao prefeito na questão dos convênios e no seu veto ao projeto. Isso não
é o fim do mundo.
Encurralado
pela Câmara, resta pouco poder de barganha ao prefeito que não quer rezar na
cartilha do “é dando que se recebe,” premissa maior do sistema jacu e macaco;
assim sendo, vai necessitar do amparo político das lideranças da macacada para
salvar-se num mar em turbulência.
É bem
simples, sem respaldo eleitoral e sem apoio popular, vai ter que apelar
humildemente às lideranças do poder oligárquico da macacada, porque não tem
como mudar de rumo e fazer o enfrentamento. Isso é pior do que acreditar nas
promessas de São JW.
As
lideranças macacas devem estar com a pulga atrás da orelha. Por precaução, medo
ou receio, já devem estar esvaziando o poder político do prefeito. Quem tem
redondo tem medo. Não duvido que o prefeito esteja sendo fritado para ser
engolido e depois cuspido. A bagaceira está formada.
A
administração do prefeito atual tem seus momentos de glória quando faz as
inaugurações das obras iniciadas e deixadas pelo ex-prefeito. Neste momento, é
que se vê o isolamento que vive o prefeito Ademildo junto à cúpula oligárquica
da macacada (inauguração com governador, até mico se apresenta). O grande líder
Antônio Colonnezi praticamente não aparece; o deputado Jurandy sumiu; o
ex-prefeito Diomário não dá as caras e a renunciante Ana Verena nem se fala. É
um administrador que se encontra isolado, num grupo alheio, em que todos estão
vigilantes para não deixá-lo segurar as rédeas e liderar a macacada. O prefeito
é um peixe fora d’água. Os macacos são serpentes no bote. Êta aliança do cão!
Dentro
do grupo dos macacos, por imperícia, o atual prefeito Ademildo entrou em rota
de colisão com a parcela do deputado Jurandy Oliveira, que tem lá seu
reconhecimento interno, e demitiu a secretária Nina, que vinha fazendo um bom
trabalho. Isso tem um significado de um tiro na moleira, ainda não é o tiro
final, mas que causa um grande estrago, isso não há a menor dúvida.
Aí vem o
episódio da Câmara de vereadores. O prefeito só tem um vereador de seu partido,
o PT. Um só! E mais um da sua inteira confiança, o líder do governo. O prefeito
insiste em governar com a macacada; não deixa de ser um grande equívoco porque
tem vereador que diz assim: “eu sou macaco, fui eleito pela macacada e continuo
no grupo dos macacos, mas não aceito tudo o que o poder Executivo quer...”
Veja que
situação! Entenda um troço desse! Imagine! Um vereador do grupo macaco batendo
cabeça com o prefeito do grupo macaco! Isso é que é solidariedade, harmonia e
entendimento em um grupo. Mui amigo! Quem tem um vereador amigo desse não
precisa de vereador de oposição. Do jeito que a coisa vai o prefeito vai ser
atingido na jugular.
O
prefeito já ouviu esse conselho: “brigue com todo o município, menos com a
Câmara de Vereadores.” Já ouviu, sim! Eu digo diferente: “com toda briga de
vocês, não deixem o município de Ipirá chafurdar.”
Vamos em
frente. Com a roupagem com que se apresenta essa nova administração, com seus
arrebatamentos e contradições, não me assusta que o conservadorismo de hoje
seja pior do que o governo conservador do ex-prefeito Diomário. A ponte da
governabilidade caiu? Não, caiu a ponte da rua Emídio Aquino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário