No início de junho, a gestão do prefeito Ademildo
completará um ano e seis meses. Tempo suficiente para um administrador tomar pé
da situação ou morrer afogado. Evidente que não foi um período fácil e de
calmaria, principalmente, porque ele está em terreno minado. Sem a legitimidade
do voto popular; sem a simpatia do povo; sem uma equipe própria de sua inteira
confiança e sem um programa de governo para o município (o da macacada é
insuficiente, limitado e corporativista) vai navegando amarrado a compromissos
e carregado de intenções para levar esse balaio de gato até onde der para
chegar. Triste Ipirá.
Um ano e meio. Ele deve agradecer muito ao ex-prefeito
Diomário pelas obras encaminhadas e em ponto de finalização; as quais, a nova
gestão só teve o trabalho de concluí-las e fazer as inaugurações e preparar os
festejos. Estava tão entusiasmado que criou o bordão: “Todo sábado vai ter uma
inauguração”. As inaugurações goraram e os sábados continuam. Foi mesmo que
passar papa na boca de menino. O novo gestor está felicíssimo na condição de
prefeito, não cansa de dizer: “Eu estou muito alegre em ser prefeito”. Também
pudera, é só festa.
Mas o ex-prefeito Diomário, também, deixou uma batata
quente, dessas que trava na garganta e deixa a cabeça doendo mais do que a dor
de pé furado por espinho de mandacaru. Aí não tem festa que resolva a situação.
Na verdade, o ex-prefeito deixou o atual gestor com a corda no pescoço devido a
Lei de Responsabilidade Fiscal. Em época de campanha, para ganhar voto,
abarrotou a prefeitura de funcionário inflacionando o Índice da Folha de
Pagamento, passou a eleição ele não colocou ninguém para fora, com uma
esperteza maquiavélica, deixou para o novo gestor essa pamonha quente.
O novo gestor encarou com coragem ou por desespero
essa situação, porque não tinha outra saída e começou a demitir o pessoal para
baixar o Índice. O desgaste foi violento. Enrolava um aqui, outro ali, dizendo
que em janeiro eles iam retornar. A madeira cantava, a insatisfação aumentava e
o prefeito sofria as terríveis conseqüências. Mas, são os ossos do ofício e o
prefeito agia ou seria penalizado pela LRF. Agiu. Assinou o Decreto exonerando
o pessoal.
O prefeito lamentava o que estava fazendo, mas apelava
para a compreensão dos demitidos, pois tudo acontecia devido a LRF. O prefeito
botou meio mundo para fora e esse tal Índice continua em 56%, o bicho não cai,
não desgruda da parede. É ou não é uma necessidade concreta baixar esse índice?
O atual gestor precisa ou não precisa verdadeiramente baixar esse índice? Quando
ele colocou sua assinatura no decreto demitindo o pessoal, era ou não era para
ser respeitado? Sua assinatura não é para ser acatada dentro da máquina
administrativa? Sua vontade não é de um dono do poder? Se tem gente dentro da administração que não
respeita, que prefeito é esse? O que está acontecendo?
Todo perigo na administração de Ipirá é justamente o
grupismo. Age como quadrilha. Essa é a marca do jacu e do macaco na administração
pública desta terra. Eles dão nó em pingo d’água. A bola da vez é a macacada. E
o que está acontecendo? A pessoa foi demitida, naturalmente, a folha teria que
diminuir. Não é verdade? Teria, se não tivessem inventado um jeito de ludibriar
a administração. Um artifício do cão. É tudo contabilizado e legalizado, não
sei se tem a anuência do atual prefeito, acredito que não, seria uma
brincadeira! A macacada não quer nem saber se o prefeito vai se ferrar na LRF
ou tanto faz, e o prefeito com a cara mais inocente do mundo fica na janela da
felicidade e não vê a banda passar, justamente, a banda podre que representa um
lamaçal que atola até os que não estão enxergando nada. Se não é do seu
conhecimento, procure descobrir prefeito. É assim que a banda toca.
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