domingo, 25 de maio de 2014

COM A CABEÇA NA GUILHOTINA.


No início de junho, a gestão do prefeito Ademildo completará um ano e seis meses. Tempo suficiente para um administrador tomar pé da situação ou morrer afogado. Evidente que não foi um período fácil e de calmaria, principalmente, porque ele está em terreno minado. Sem a legitimidade do voto popular; sem a simpatia do povo; sem uma equipe própria de sua inteira confiança e sem um programa de governo para o município (o da macacada é insuficiente, limitado e corporativista) vai navegando amarrado a compromissos e carregado de intenções para levar esse balaio de gato até onde der para chegar. Triste Ipirá.

Um ano e meio. Ele deve agradecer muito ao ex-prefeito Diomário pelas obras encaminhadas e em ponto de finalização; as quais, a nova gestão só teve o trabalho de concluí-las e fazer as inaugurações e preparar os festejos. Estava tão entusiasmado que criou o bordão: “Todo sábado vai ter uma inauguração”. As inaugurações goraram e os sábados continuam. Foi mesmo que passar papa na boca de menino. O novo gestor está felicíssimo na condição de prefeito, não cansa de dizer: “Eu estou muito alegre em ser prefeito”. Também pudera, é só festa.

Mas o ex-prefeito Diomário, também, deixou uma batata quente, dessas que trava na garganta e deixa a cabeça doendo mais do que a dor de pé furado por espinho de mandacaru. Aí não tem festa que resolva a situação. Na verdade, o ex-prefeito deixou o atual gestor com a corda no pescoço devido a Lei de Responsabilidade Fiscal. Em época de campanha, para ganhar voto, abarrotou a prefeitura de funcionário inflacionando o Índice da Folha de Pagamento, passou a eleição ele não colocou ninguém para fora, com uma esperteza maquiavélica, deixou para o novo gestor essa pamonha quente.

O novo gestor encarou com coragem ou por desespero essa situação, porque não tinha outra saída e começou a demitir o pessoal para baixar o Índice. O desgaste foi violento. Enrolava um aqui, outro ali, dizendo que em janeiro eles iam retornar. A madeira cantava, a insatisfação aumentava e o prefeito sofria as terríveis conseqüências. Mas, são os ossos do ofício e o prefeito agia ou seria penalizado pela LRF. Agiu. Assinou o Decreto exonerando o pessoal.

O prefeito lamentava o que estava fazendo, mas apelava para a compreensão dos demitidos, pois tudo acontecia devido a LRF. O prefeito botou meio mundo para fora e esse tal Índice continua em 56%, o bicho não cai, não desgruda da parede. É ou não é uma necessidade concreta baixar esse índice? O atual gestor precisa ou não precisa verdadeiramente baixar esse índice? Quando ele colocou sua assinatura no decreto demitindo o pessoal, era ou não era para ser respeitado? Sua assinatura não é para ser acatada dentro da máquina administrativa? Sua vontade não é de um dono do poder?  Se tem gente dentro da administração que não respeita, que prefeito é esse? O que está acontecendo?

Todo perigo na administração de Ipirá é justamente o grupismo. Age como quadrilha. Essa é a marca do jacu e do macaco na administração pública desta terra. Eles dão nó em pingo d’água. A bola da vez é a macacada. E o que está acontecendo? A pessoa foi demitida, naturalmente, a folha teria que diminuir. Não é verdade? Teria, se não tivessem inventado um jeito de ludibriar a administração. Um artifício do cão. É tudo contabilizado e legalizado, não sei se tem a anuência do atual prefeito, acredito que não, seria uma brincadeira! A macacada não quer nem saber se o prefeito vai se ferrar na LRF ou tanto faz, e o prefeito com a cara mais inocente do mundo fica na janela da felicidade e não vê a banda passar, justamente, a banda podre que representa um lamaçal que atola até os que não estão enxergando nada. Se não é do seu conhecimento, procure descobrir prefeito. É assim que a banda toca.

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