Ipirá
tem 43.517 eleitores inscritos, para uma população de 62 mil habitantes. No
primeiro turno de 2014 compareceram 32.454 eleitores. Em Ipirá, sempre, votam
de 30 a
34 mil eleitores. Faltaram, precisamente, 11.063 eleitores.
11.063
pirulitaram, não deram as caras com a urna. Quando a Justiça Eleitoral
contabiliza somente os votos válidos, significa que passou a borracha nesses 11.063,
ou melhor, botou na mira para comer uma multa, insignificante, mas uma multa. A
cidadania estaciona entre liberdade de não ir lá e a obrigação de ir lá para
justificar ou pagar uma multa posteriormente.
11.063
é um número representativo, constituem 18% da população e 25,42% de eleitores.
Dois candidatos a prefeito tiveram 13 mil votos em 2012. Esse número dá para
eleger pelo menos 5 vereadores, por baixo. Incrementando esse número vamos
colocar mais 10,65% de eleitores que foram lá apertar o teclado da urna e
depositaram branco 2,72% e 7,93% apertaram teclas e mais teclas do teclado, que
ficou azuretado e anulou os apertos. Vivemos assim: 11.063 nem lá foram; 884
foram para apertar o branco e 2.574 para anular ou errar; errando ou acertando.
Total 14.524, maior do que a votação dos dois prefeitos, individualmente, em
2012.
43.517
menos 14.524 temos um total de 28.993 decidindo, pois a borracha é esfregada nos
14 mil que é praticamente a metade dos 28. E vamos por aí, sem compreender
muito bem as coisas, porque os números mantém sigilos insondáveis. O que
fizeram ou estavam fazendo esses 11.063 que não bateram na porta das urnas?
Quem sabe?
Uma
parte deve ser pela idade avançada que traz limitações físicas, desde quando os
olhos não enxergam e, muitas vezes, os dedos trêmulos não deixam executar o que
a consciência, que não está morta, escolheu. Uma criança poderia executar essa
vontade, mas não é permitido a abreviatura do status de cidadania no momento
que ela lentamente sucumbe.
Os
motivos são vários e variados; da saúde ao não querer. O que os números não
querem expressar é a deficiência desse nosso Ipirá, que expurga mais de 10 mil
pessoas que não encontram meios de sobrevivência no nosso terreiro. 11.063 não
compareceram. Não são números dos retirantes de pau-de-arara ou do êxodo
massivo devido ao aperto da fome. É a migração à conta-gota, um hoje outro
amanhã.
11.063
não compareceram; a grande maioria por estarem distantes, nos canaviais e
usinas do agronegócio; nas construções de edifícios das grandes cidades; nas
fábricas e campos construindo riquezas no Trabalho e no estudo, ou seja,
abraçando oportunidades que nosso torrão não lhes dá. As nossas limitações
constituem a identidade do nosso atraso.
Quem
mora próximo, talvez não tenha tido a motivação necessária para apreciar uma
urna, ou não teve ânimo para remover a distância. Eleições para Presidente da
República, o cargo mais elevado desta nação e ... e... e... e... um bate-boca a
nível de prefeito de Ipirá. Desconstruções; denúncias; armações; manipulações;
comparações; muito pobre o debate. Afinal de contas podemos considerar triste,
muito triste se, por acaso, essas figuras viessem governar Ipirá. Enquanto
isso, vamos ao segundo turno.
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