Uma
sentença equivocada tem como desfecho uma intempestiva esbugalhada. Por
exemplo: “Na seleção de Ipirá só jogará atleta ipiraense.” A regra não
determinava assim, não deu outra! Ipirá foi desclassificada, praticamente, na
primeira fase do Intermunicipal.
Outra
sentença: “Na pista de corrida do Parque de Exposição só vai correr cavalo
registrado.” Se for seguir a regra, não vai correr cavalos pertencentes aos
ipiraenses. Não vai dá outra! O fogo de palha do início vai virar uma corrida
de caju em caju.
Tudo
está sendo “projetado” para o Parque de Exposição de Ipirá. Estão construindo
cinco pistas e dezesseis baias aproveitando e substituindo galpões, com sistema
de ar Sprinte, com cocheiras esterilizadas, com banheiras para cavalo, etc e
tal, só falta fazerem uma sauna para tirar o estresse do animal. Estão
construindo e destruindo.
O
tratamento VIP justifica-se, pois, trata-se de cavalos de corrida Puro Sangue Inglês
ou Quarto de Milha de meio milhão de reais ou mais. Seus proprietários são os
Dudas, os Otos e outros ricaços, todos de fora. Quem em Ipirá vai comprar um
cavalo por esse preço? Desconheço. Mas, também, reconheço que quem deve estar
estribuchando de raiva lá no inferno é a égua Menininha, aquela que só comia
chocolate, que deve estar imaginando: “No meu tempo não tinha esse tratamento
de baia cinco estrelas!”
Quantas
corridas grandiosas acontecerão nesta pista? A da inauguração e, talvez, mais
umas duas, depois, entrará na corriqueira brincadeira local, uma corrida com
apostas, de tempos em tempos.
O
Parque de Exposição de Ipirá servia para uma exposição de três dias, de tempos
em tempos. Uma área subutilizada. Vai servir para três dias de programação de
corrida de cavalo, de tempos em tempos. Continuação da subutilização. Preste
atenção ao que eu vou escrever agora: “Esta obra não durará seis meses”. Ficará
obsoleta; superada; vencida pelo tempo e entregue ao tempo; sem prosperidade;
inútil, bem antes do fim dessa administração. Observe que nem começou e eu
estou dizendo isso. É coisa sem prosperidade. É um esporte. É jogo de aposta. Tem
custo elevado. É caro. Será a obra inútil no. 51 da Radiografia (estou na 17).
Que
a pista de corrida seja um apêndice do Parque de Exposição. Que a exposição,
que está superada na nossa realidade, seja um aditivo ao Parque de Exposição.
Tudo bem. Que este Parque de Exposição transforme-se num Parque de Vendas de
Animais, inicialmente às quartas-feiras, gradativamente incorporando outros
dias, dentro de um projeto que o leve a tornar-se um dinâmico pólo de vendas de
animais, é uma questão vital para Ipirá. Que esta seja a principal atividade
deste Parque de Exposição, para soerguer a economia rural de Ipirá, que está à
beira da insolvência, da inoperância, da inatividade, do descaso, da
improdutividade, esgotada e precisa de um incentivo concreto e eficaz do poder
público.
Ipirá
necessita de algo que dinamize e soerga a combalida economia da zona rural, com
a mesma certeza de que a seleção de Ipirá, sem alguns reforços nunca irá mais
longe do que foi em 2013. Afirmo que corrida de cavalo não dará sustentação à
economia rural de Ipirá, é apenas uma brincadeira, um esporte como o futebol.
Ipirá precisa de uma atividade econômica forte para a zona rural ganhar
credibilidade e incentivo para voltar a produzir com segurança. O comércio de
animais é esta atividade, porque é a garantia de que vale a pena produzir e não
a corrida de cavalo. Esse é o bê-a-bá que o prefeito petista tem que entender.
Hipódromo
é a utilização do dinheiro público numa obra que vai satisfazer a uma
pequena-burguesia prazerosa e de fora. Ipirá necessita é de obra que favoreça diretamente
ao agricultor familiar, ao pequeno e médio produtor rural, (o grande, também,
será beneficiado) que necessita de um Parque de Vendas de Animais no inútil
Parque de Exposição de Ipirá. É uma das poucas obras possíveis neste município
que poderá alavancar a economia de Ipirá como um todo.
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