Até 2064. Quem, hoje, tiver mais de 40 anos e aqui
residir, já está com seus sete palmos de posse garantido neste latifúndio
chamado Terra. A realidade poder ser uma imitação da obra-prima de Dias Gomes, “O
Bem Amado”; onde o prefeito de Sucupira, Odorico Paraguaçu teve uma dificuldade
enorme para inaugurar sua grande obra: o cemitério.
Não é que será construído junto ao Parque de Exposição!
Vê lá quem vai querer morrer para ser enterrado tão longe! Vai ser aquele jogo
de empurra: “vai você primeiro, depois eu vou!” Fulano morreu, ai vem aquela
pergunta: “Teve muita gente no enterro?” Esse é o problema. Em Ipirá, tem essa
de ver o reconhecimento da pessoa pela quantidade de gente que acompanha o
enterro. Agora, a coisa vai tomar um outro rumo, a contagem não vai ser mais
pela quantidade de pessoas, mas de carros.
Não custa nada lembrar que o cemitério vai ficando
distante da Igreja Matriz, também não tem terreno perto, é verdade. O cortejo fúnebre
a pé está com seus dias contados, esta prática e tradição não terão condições
de serem mantidos por várias razões: a distância a vencer; a pista/rua é de
terra e estreita, tem atoleiro nas chuvas e poeira na seca; tem um esgoto que
nasceu no fundo da fábrica que está crescendo e ficando robusto. A obra não é só
o cemitério, tem toda uma infra-estrutura até chegar lá.
Ninguém tem nada contra o local, mas uma coisa está
ficando clara: Ipirá não tem um plano piloto para a cidade. Falta um projeto
claro para o desenvolvimento local e está evidente a ausência de uma visão
administrativa que anteveja o futuro. Tudo é feito no abstruso e no ‘vamo vê’.
Vê lá se um município agüenta um arrocho desse!
Como seria bom se nesta área Ipirá tivesse sido
presenteada com: fábrica de vidro de Joel; fábrica de calçados; galpão de Dudy;
galpões e galpões para os fabricos de carteira; Posto August’s; Parque de
Exposição com feira de animais; Matadouro. Na beira da Estrada do Feijão. Bela
vitrine, boa chama. Uma benção! Seria, se o grande administrador Diomário não
tivesse colocado, no meio do espaço, casas populares que poderiam muito bem serem
construídas em outro lugar. O ex-prefeito matou o local, o prefeito atual vai
fazer o que deve ser feito, um cemitério para enterrá-lo.
Ipirá está dominado. A via de desenvolvimento está
bloqueada. Casas populares; cemitério, hipódromo, matadouro. Eles sabem que
Ipirá não vai receber uma obra que gere emprego e produção. Por isso ... é bom
que essa obra não demore cinqüenta anos.
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